É irônico que o
Quarteto Fantástico nunca tenha tido uma versão digna no cinema e que Os
incríveis, uma sátira-homenagem ao Quarteto, tenha gerado dois ótimos filmes.
(Sério? Você nunca
percebeu? Os uniformes são semelhantes, há poderes semelhantes, apenas trocados
de um personagem para o outro e, da mesma forma que o Quarteto, eles são uma
família de heróis - um dos conceitos revolucionários da Marvel de Kirby e Lee).
Na história a família
tenta impedir um vilão de roubar um banco e, ao falhar, acabam destruindo parte
do prédio da prefeitura, fenômeno que poderá dar um fim definitivo à era dos
heróis.
Mas um milionário
parece disposto a reverter isso com uma campanha de marketing baseada na ideia
de que o público deveria ver o ponto de vista dos heróis. E, como estrela dessa
campanha, escolhe a Mulher Elástica.
Aí temos um curiosa
inversão: a heroína vai para as ruas enfrentar um misterioso vilão
hipnotizador, enquanto o herói fica em casa, cuidando dos filhos - e ambas as
tarefas parecem igualmente difíceis, especialmente quando o bebê Zezé começa a
revelar seus poderes (o que gera os momentos humorísticos do filme). Sem
levantar bandeiras, o filmes consegue discutir a questão do heroísmo e do
protagonismo feminino de maneira sutil, mas envolvente.
O roteiro é bem
construído, com reviravoltas no momento certo e personagens para lá de
carismáticos. E as cenas de ação são de tirar o fôlego e, ao mesmo tempo,
únicas: na hora de perseguir o vilão, quem fica com o bebê?
Em tempo: fui assistir
com meu neto e ele simplesmente encarnou o Zezé no meio da sessão. Então,
melhor acostumar: nesta primeira semana várias crianças devem "encarnar o
Zezé".
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