Além de Buck Rogers, outro grande
expoente da fase aventura foi Tarzan. O personagem foi criado por Edgar Rice
Burroughs em 1912, numa revista pulp. O primeiro livro foi vendido para a
editora por apenas 700 dólares. Um ano depois já tinha se tornado um dos
maiores best sellers da literatura universal.
Com o tempo o rei dos macacos tornou-se
o mais consagrado personagem do século XX e legou ao seu criador uma fortuna de
20 milhões de dólares.
Ao contrário da versão cinematográfica,
em que Tarzan era um selvagem monossilábico, na literatura ele era um Lord
inglês, que fora criado pelos macacos e, de tão inteligente, aprendera a ler
sozinho. Seu nome, na linguagem dos macacos criada por Burroughs, significa
pele branca (Tar – branca, zan – pele).
Dizem que quando se deparou com o original de um livro de Tarzan, o editor teria dito: “É a história mais excitante que já conheci!”.
Dizem que quando se deparou com o original de um livro de Tarzan, o editor teria dito: “É a história mais excitante que já conheci!”.
Logo cartas de fãs começaram a chegar
na editora exigindo uma segunda aventura. Os livros, 26 ao todo, foram
traduzidos em 31 línguas, incluindo o mandarim e o esperanto. Até os soviéticos
se renderam ao carisma do rei dos macacos.
O personagem estreou no cinema em 1918,
com Tarzan dos Macacos, sendo o primeiro filme da história a arrecadar mais de
um milhão de dólares.
Com o dinheiro que ganhou, Burroughs
montou uma fazenda em homenagem ao personagem e deu-lhe o nome de Tarzana.
No início da década de 1930 a marca
Tarzan estava em tudo. Além do cinema, o personagem estrelava propagandas de
cremes dentais, sorvetes e até gasolina (“Dirija com o poder de Tarzan!”). Eram
vendidos a faca de tarzan, estatuetas de Tarzan e calções de Tarzan.
Com tanto sucesso, não foi surpresa
quando o personagem apareceu nas tiras de quadrinhos. Mas, com medo de que seu
personagem fosse mais uma vez deturpado, como foi no cinema, Burroughs exigiu
que a versão fosse a mais fiel possível.
Para ilustrá-la foi chamado Harold
Foster, um desenhista publicitário de talento.
Foster, antes de se tornar desenhista,
fizera de tudo um pouco. Passara a infância nas florestas do Canadá, caçando,
pescando. Depois trabalhara como guarda-florestal. Depois disso, vendeu
jornais, foi boxeador profissional e
garimpeiro. Chegou a descobrir uma mina no valor de um milhão de
dólares, que lhe foi usurpada.
Em 1921 foi de bicicleta a Chicago,
onde estudou desenho de noite enquanto trabalhava de dia.
Embora o tempo de execução fosse muito
curto, Foster acabou aceitando desenhar as tiras diárias de Tarzan, mas se
recusou a usar balões. O texto e os diálogos eram colocados abaixo dos quadros,
um recurso que lhe dava a certeza de que seu desenho não sofreria perdas.
A primeira tira de Tarzan surgiu no dia
7 de janeiro de 1929 e foi um sucesso imediato. Além da popularidade do
personagem, a história ganhava muito com o ótimo traço de Hall Foster, um dos
mais perfeitos desenhistas de quadrinhos de todos os tempos.
Depois de 60 tiras, Foster completou a
história do primeiro livro e abandonou o personagem. Fazer uma tira por dia era
um sufoco grande demais. Mas, como Burroughs gostava muito de seu traço, ele
foi chamado para fazer páginas dominicais, um novo formato no qual ele se
tornaria mestre.
Em 1937 ele abandona Tarzan para se
dedicar ao Príncipe Valente, uma criação sua, e é substituído por Burne
Hogarth. Hogarth era considerado um mestre da anatomia e levou o personagem ao
seu ponto alto. Depois dele vieram outros nomes igualmente importantes, como Russ
Manning e Joe Kubert.
Realista somente no desenho, o Tarzan
dos quadrinhos era, acima de tudo, um aventureiro. Encontrando cidades
perdidas (parece que havia muitas naquela época), lutando com gorilas gigantescos,
enfrentando dinossauros e salvando lindas princesas, o único limite para suas
aventuras era a imaginação dos roteiristas... e esse limite era tão elástico
quanto o interesse dos leitores.
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