segunda-feira, julho 15, 2019

O problema é falta de talento



Existe uma visão, muito difundida atualmente, segundo a qual o meio intelectual e a academia não aceitam autores de direita.
Parece coisa de quem não lê.
Vejamos alguns exemplos.
Paulo Francis, um dos grandes nomes da direita brasileira, quando era vivo era leitura obrigatória entre os jornalistas. Quando trabalhava em jornal, a coluna dele na Folha de São Paulo era a primeira que a maioria lia. Eu recortava e guardava. Tinha uma pasta cheia desses recortes.
Nelson Rodrigues, um notório direitista, sempre foi considerado um dos maiores autores teatrais do Brasil, além de escritor e jornalista brilhante. Peças de filmes baseados na obra dele sempre fizeram muito sucesso, inclusive entre a crítica.
O autor argentino Jorge Luís Borges é considerado pelos intelectuais um dos melhores, senão o melhor autor do século XX e influenciou centenas de escritores, inclusive de esquerda. Umberto Eco homenageou-o no livro O nome da Rosa.
Lovecraft tem sido resgatado e cada vez mais analisado pela academia nas mais diversas áreas, da literatura à filosofia – e a rejeição que existia à obra dele estava muito mais relacionada ao fato dele ser um escritor pop do que propriamente os posicionamentos ideológicos. Autores nitidamente de esquerda, como Neil Gaiman e Alan Moore se dizem fã de Lovecraft – este último inclusive já escreveu duas obras em homenagem ao criador dos mitos de Cthulhu.
Em suma: o problema não é a pessoa ser de esquerda ou de direita. O problema é a pessoa não ter talento.  

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