Existe uma visão, muito difundida
atualmente, segundo a qual o meio intelectual e a academia não aceitam autores
de direita.
Parece coisa de quem não lê.
Vejamos alguns exemplos.
Paulo Francis, um dos
grandes nomes da direita brasileira, quando era vivo era leitura obrigatória
entre os jornalistas. Quando trabalhava em jornal, a coluna dele na Folha de São
Paulo era a primeira que a maioria lia. Eu recortava e guardava. Tinha uma
pasta cheia desses recortes.
Nelson Rodrigues, um notório
direitista, sempre foi considerado um dos maiores autores teatrais do Brasil,
além de escritor e jornalista brilhante. Peças de filmes baseados na obra dele
sempre fizeram muito sucesso, inclusive entre a crítica.
O autor argentino Jorge Luís
Borges é considerado pelos intelectuais um dos melhores, senão o melhor autor
do século XX e influenciou centenas de escritores, inclusive de esquerda. Umberto
Eco homenageou-o no livro O nome da Rosa.
Lovecraft tem sido
resgatado e cada vez mais analisado pela academia nas mais diversas áreas, da
literatura à filosofia – e a rejeição que existia à obra dele estava muito mais
relacionada ao fato dele ser um escritor pop do que propriamente os
posicionamentos ideológicos. Autores nitidamente de esquerda, como Neil Gaiman
e Alan Moore se dizem fã de Lovecraft – este último inclusive já escreveu duas
obras em homenagem ao criador dos mitos de Cthulhu.
Em suma: o problema não é a
pessoa ser de esquerda ou de direita. O problema é a pessoa não ter talento.
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