Olympia, de Édouard Manet, é um dos quadros mais polêmicos de
todos os tempos. Quando foi exibido pela primeira vez foi considerado um
ultraje e provocou a fúria dos conservadores.
A razão disso é a nudez da personagem principal. Sim, sempre
existiram obras com nus na história da arte, mas eram de deuses, ninfas,
personagens mitológicos.
Giorgione e Ticiano haviam feito pinturas muito parecidas, mas
ambas eram protagonizadas pela deusa Vênus. Manet, ao contrário, colocou como
personagem de seu quadro uma prostituta, o que foi a origem do escândalo.
O quadro tem vários aspectos simbólicos. Ela traz uma orquídea
rosada no cabelo e usa um chinelo solto. A orquídea representa a sexualidade e
o chinelo solto simboliza a perda da inocência. Esses indícios e outros
adornos, como a gargantilha em forma de laço e o bracelete de ouro a
caracterizam como uma cortezã. Ela olha o expectador de frente, em atitude
altiva, o que demonstra que ela não se envergonha de sua profissão.
Ao lado dela, totalmente vestida, uma criada negra se inclina,
oferecendo um buquê de flores, provavelmente presente de um dos clientes.
Olympia se tornou um ícone da inovação na arte, o que levou a
diversas releituras, inclusive de Paul Gauguin.
Atualmente o quadro está exposto no Museu d'Orsay, em Paris.
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