Dois papas, o novo filme da Netflix dirigido pelo
brasileiro Fernando Meireles, é uma obra bela e intensa.
A trama é baseada numa conversa entre Bergoglio,
então arcebispo da Argentina, e o papa Bento XVI. O religioso portenho vai a
Roma pedir sua aposentadoria e Bento XVI tenta convencê-lo a não se aposentar.
Um conservador e outro progressista, o primeiro
contato entre os dois é tenso, mas os dois vão aos poucos descobrindo que,
embora sejam opostos em praticamente tudo, inclusive no modo de vida, eles são
pessoas bem intencionadas, cada um a seu modo. E, principalmente, começam a
admirar um ao outro.
O filme inteiro se sustenta sobre as atuações
magistrais de Jonathan Pryce e Anthony Hopkins e a direção sensível. Dois papas
poderia ser um filme chato, mas esses dois elementos, atuação e direção, fazem
com que seja agradável, divertido, emocionante.
Talvez o maior mérito de Dois papas seja mostrar
que é possível que duas pessoas com ideias completamente diferentes possam
conversar e até mesmo ser amigos. Numa época como a nossa, de radicalismo e
extremismo, é uma bela mensagem.
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