Os argentinos adoram quadrinhos. Tanto que o
principal jornal do país, El Clarin, lançou diversas coleções de quadrinhos.
Uma delas é uma simpática coleção dedicada ao personagem Corto Maltês, de Hugo
Pratt. Capa dura e formatinho, os álbuns são verdadeiros itens de colecionador.
Uma curiosidade é que Pratt começou a carreira na
Argentina, fazendo trabalhos para Hector oesterheld. Só depois foi para a
Europa, onde fez grande sucesso com seu personagem aventureiro.
O desenho de Pratt é simples, limpo, muito focado
em closes, de modo que funciona bem no formatinho.
O interessante deste volume é que o protagonista da
série, corto maltês, só aparece na parte final do álbum. A história é toda
focada em dois personagens históricos: o escritor Jack London e Rasputin, que
viria a ser o preferido da família do csar.
A história se passa durante a guerra russo nipônica
e mostra Rasputin como um assassino mal caráter e London como um homem honrado
correspondente de guerra envolvido com um problema aparentemente sem solução:
ele terá de travar um duelo com um mortífero soldado japonês. O código de
conduta faz com que nenhum dos dois possa fugir do duelo, que terminará
inevitavelmente com a morte de um dos dois, provavelmente de London.
O charme da história estar em tentar adivinhar como
London resolverá seu dilema e se Rasputin conseguirá fugir depois de ter matado
soldados russos e japoneses.
Eu comprei o volume em um sebo de Buenos Aires a um
preço irrisório: 100 pesos, o equivalente a pouco mais de 6 reais.
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