Em 1977, o roteirista Chris Claremont, o desenhista John Byrne e o arte-finalista Terry Austin eram ilustres desconhecidos. Nesse ano, entretanto, eles produziram juntos uma obra-prima que antecipava em alguns anos os melhores momentos do trio nos X-men. Trata-se de Senhor da Estrelas.
Publicada originalmente na revista Marvel Preview (e republicada aqui em Heróis da Tv 70 e 71), Senhor da Estrelas, como o próprio nome diz, era uma história de ficção-científica: mostra um herói salvando um grupo de pessoas escravizadas.
No meio do salvamento ele descobre que a atividade está sendo usada para gerar dinheiro para um golpe de estado no império galáctico – e, como a ajuda de um garoto e uma garota salvos por ele, irão impedir que isso aconteça.
É uma trama space opera, com direito até mesmo a luta de espadas, mas não soa artificial. A trama se desenvolve de forma verossímil. A história traz inclusive uma inovação interessante: na trama, a nave é um ser vivo apaixonada pelo senhor das galáxias (à certa altura ela chega mesmo a criar uma imagem feminina).
Claremont é conhecido por escrever exageradamente e aqui ele escreve muito, mas o texto não é supérfluo.
Já o desenho é uma atração à parte. Byrne sempre teve um traço elegante, mas nessa HQ se supera, brincando com a diagramação – em certa sequência, um mostro destrói um barco, avançando pelos quadros, junto com o texto. Já o arte-finalista Terry Austin não só torna o traço de Byrne mais refinado como o elabora ainda mais, com o uso, por exemplo, de retículas. Detalhada em alguns momentos e apenas delineada em outros, a arte-final se encaixa perfeitamente no desenho.
Infelizmente essa fase do personagem na época teve poucas histórias. E, sim, esse é o mesmo personagem dos filmes do Guardiões da Galáxia, embora nos filmes ele seja muito diferente.
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