sexta-feira, julho 17, 2020

Homem-aranha e Sonja: demônios do passado


Como fazer uma história unindo o Homem-aranha e Sonja, dois personagens que, pela cronologia da Marvel, são separados por milhares de anos? E como fazer isso de forma que a história parecesse verossímil?
Esse é o desafio que Chris Claremont e John Byrne se impuseram no volume 79 da revista Marvel Team-up e, por incrível que pareça, o resultado é incrivelmente bom. A roteiro da história é creditado aos dois, o que geralmente funcionava. Byrne sabia desenvolver visualmente a narrativa e criar situações interessantes. Já Claremont conseguia criar com o texto a ambientação e a caracterização dos personagens.
Na história, um museu está exibindo uma coleção de achados arqueológicos. O vigia do local fica encantado por um colar e uma voz lhe diz para colocá-lo. É quando ele se transforma em Kulan Gath, um mago dos tempo hiborianos. Um feixe escarlate de energia envolve o museu e Peter Parker vai fazer a matéria para o Clarin. Mary Jane faz questão de ir junto. Quando Peter entra no local, sua namorada também o faz e, da mesma forma que o vigia se transformou no feiticeiro, ela se transforma na heroína Sonja ao pegar sua espada, também em exposição no museu.

Pronto: estava explicada a presença da guerreira ruiva na Nova York do século XX!
Byrne tinha nessa história a arte-final de Terry Austin, que não só valorizava o traço do canandense como ainda acrescentava mais detalhes. A splash page em que Sonja aparece pela primeira vez é um verdadeiro deslumbre e o grande momento da história. Byrne desenha a personagem com perfeição e, ao mesmo tempo, aproveita muito da caracterização Frank Thorne, o desenhista mais famoso da personagem, em especial os olhos felinos.
A história é pura ação e puro êxtase visual.

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