Marcos Rey era um grande escritor policial. Sua
especialidade era captar os tipos e vozes urbanas em deliciosas tramas de
crimes. Quando foi convidado para a coleção Vaga-lume, duvidou que fosse capaz
de adaptar seu estilo para adolescentes. O sucesso de livros como “O mistério
do cinco estrelas” mostra o quanto ele foi bem-sucedido. Mas seria ele capaz de
escrever para crianças?
O volume O menino que adivinhava, da coleção
Vaga-lume Júnior, mostra que sim.
A história trata de um menino, José, que descobre
ter o dom da adivinhação. Esse dom se manifesta primeiro em coisas cotidianas,
como descobrir quais assuntos irão cair na prova, ou qual o resultado de um
jogo de futebol. Mas quando ele chuta que um astro de TV irá se envolver em um
acidente de helicóptero e acerta a previsão, acaba se tornando uma celebridade –
contra a própria vontade. A fama irá levá-lo até mesmo a ser sequestrado – e aí
entra a história policial.
Tudo isso é contado de maneira suave, com uma
quase ingenuidade infantil. Marcos Rey faz com que a história se torne extremamente
agradável com sua prosa rápida e fluída, com expressões que dão um sabor
especial ao texto, como “saindo em passo de urubu-malandro”.
A edição também tem um atrativo a mais para os
pequenos leitores: as lindas ilustrações coloridas de Célia Kofuji.
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