domingo, julho 26, 2020

O menino que adivinhava, de Marcos Rey



Marcos Rey era um grande escritor policial. Sua especialidade era captar os tipos e vozes urbanas em deliciosas tramas de crimes. Quando foi convidado para a coleção Vaga-lume, duvidou que fosse capaz de adaptar seu estilo para adolescentes. O sucesso de livros como “O mistério do cinco estrelas” mostra o quanto ele foi bem-sucedido. Mas seria ele capaz de escrever para crianças?
O volume O menino que adivinhava, da coleção Vaga-lume Júnior, mostra que sim.
A história trata de um menino, José, que descobre ter o dom da adivinhação. Esse dom se manifesta primeiro em coisas cotidianas, como descobrir quais assuntos irão cair na prova, ou qual o resultado de um jogo de futebol. Mas quando ele chuta que um astro de TV irá se envolver em um acidente de helicóptero e acerta a previsão, acaba se tornando uma celebridade – contra a própria vontade. A fama irá levá-lo até mesmo a ser sequestrado – e aí entra a história policial.
Tudo isso é contado de maneira suave, com uma quase ingenuidade infantil. Marcos Rey faz com que a história se torne extremamente agradável com sua prosa rápida e fluída, com expressões que dão um sabor especial ao texto, como “saindo em passo de urubu-malandro”.
A edição também tem um atrativo a mais para os pequenos leitores: as lindas ilustrações coloridas de Célia Kofuji.

Sem comentários: