Nós estamos acostumados a ver o Rei do Crime como um estrategista cruel, capaz de destruir a vida do Demolidor apenas usando suas conexões políticas. O tipo de pessoa que quebra o pescoço de um chefe mafioso apenas porque este ousou discordar dele. Pouca gente, no entanto, se lembra que ele era um vilão menor do Homem-aranha. Era um vilão fanfarrão, que usava ajudantes uniformizados e criava planos que na grande maioria das vezes eram um fiasco.
Exemplo desse tipo de história é “Todos os
homens do rei”, publicada em The Amazing Spider-Man 163 e 164 de 1976 com
roteiro de Len Wein e desenhos de Ross Andru. Na história, o filho do Rei está
em animação suspensa depois de ter enfrentado o quinto Hibernante e o vilão
pretende usar a energia vital do Homem-aranha para revitalizá-lo, algo que ele
consegue, momentaneamente, deixando o herói solto, mas totalmente sem forças.
Nessa época, o Rei gostava de botar as mãos na
massa. É ele que enfrenta o Homem-aranha (os dezenas de campangas uniformizados
se contentam em apertar botões) e é de novo ele que enfrenta o herói quando ele
consegue a energia de volta. Era um roteiro divertido, típico dos anos 1970,
mas também é interessante ver como um dos grandes roteiristas do período não
conseguiu ver algo a mais no Rei. Há algum conflito familiar quando o filho
descobre como foi renascido, mas nada muito profundo.
Uma curiosidade é o título dessa história, que
remete diretamente ao livro Todos os homens do presidente, de Carl Bernstein e
Bob Woodward, sobre o Watergate e os escândalos do governo Nixon. Talvez se
tivesse levado o próprio título mais a sério, Len Wein tivesse antecipado o Rei
que todos nós amamos odiar.
No Brasil essa história foi publicada em
Homem-aranha 39, da RGE e na Teia do Aranha 34, da Abril.
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