quinta-feira, dezembro 03, 2020

Tarzan – terra de gigantes

Na década de 1970 a DC Comics adquiriu os direitos de Tarzan, o rei das selvas. E colocou para cuidar do título um dos seus maiores artistas. Ninguém menos que Joe Kubert. Kubert levou o título a um nível único de qualidade e grandiosidade, com o rei das selvas que realmente vale: sempre envolvido com civilizações esquecidas e fantásticas (deviam existir muitas na África). Terra de gigantes é um bom exemplo dessa fase. A história começa com Tarzan em cima de uma árvore. Sob o sol de meio dia, ele resolve se refrescar nadando no rio, chamando a atenção dos crocodilos, que decidem aproveitar a refeição gratuita. Segue-se uma belíssima e grandiosa página dupla de Tarzan lutando contra um dos crocodilos, o tipo de imagem que fisca o leitor desde o primeiro momento.
Mas o homem-macaco acaba perdendo a consciência ao bater a cabeça em uma pedra e cai em uma cachorreira, indo parar em um local habitado por gigantes. O segredo é uma bebida, que, em excesso, destrói a mente de quem a bebe, tornando-a maligna. É quando temos um vilão, um caçador anão, que descobre o segredo, toma a porção e transforma-se num guerreiro gigante e maldoso, que, obviamente, entrará em rota de colisão com Tarzan ao sequestrar uma bela donzela. O roteiro é meio ingênuo e algumas coisas carecem de explicação (à certa altura o vilão dá a bebida para aborígenes, que se tornam grandes e malvados – mas em nenhum momento é explicado quem são esses), mas no geral há aquele sense o wonder das boas histórias de Tarzan aliadas à boa ação e monumentalidade, realçada pelo traço incrível de Joe Kubert, um dos caras mais genais da indústria dos quadrinhos. Ps: Uma curiosidade dessa história é que Kubert usa várias imagens de Burn Hogarth. A HQ na verdade era uma série de tiras de jornais que foi reaproveitada e transformada em quadrinhos por Kubert.

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