Um gênero
cinematográfico que é sucesso há anos nos EUA é o buddy cop (dupla de policiais).
Cabras da peste, filme dirigido por Vitor Brandt e estrelado por Edmilson Filho
e Matheus Nachtergaele aposta no gênero, mas dando um tempero brasileiro: humor
e fuleiragem.
Na trama,
Bruceuilis (Edmilson Filho) é um policial do Ceará viaja para São Paulo para
resgatar a cabra patrimônio da cidade, Celestina, que acabou sendo levada por
um caminhão de rapadura. Na cidade ele encontra e acaba fazendo parceria (a
contragosto deste) com Trindade (Matheus Nachtergaele) e os dois acabam se
envolvendo numa trama que envolve uma rede de tráfico de drogas e política.
Os dois
personagens têm características opostas, que já podem ser percebidas desde as
primeiras cenas.
Bruceuilis atravessa a cidade inteira em
elaboradas cenas de ação para prender alguém que ele achava que era o ladrão de
um ventilador – na verdade era só o amante de uma mulher, fugindo da casa da
mesma com o ventilador que havia levado.
Na
contraparte, Trindade, muito a contragosto, é colocado em ação para tentar
prender o maior traficante do Brasil. E, quando tudo dá errado, pula dos tiros,
deixando que seu companheiro morra, o que faz com que ele ganhe o desprezo de
toda a corporação e seja enviado para uma delegacia abandonada.
Filmes do
tipo dupla de policiais funcionam quando os dois personagens são opostos e se
completam – e isso acontece perfeitamente em Cabras da Peste inclusive nas
cenas de ação. Em determinado ponto, Bruceuilis se envolve em uma empolgante
cena de lutas marciais enquanto Trindade, que estava com a perna machucada, vai
atrás de alguém que levara um tiro na perna. O humor surge exatamente do
contraste das cenas: pura ação de um lado, e lentidão absoluta do outro.
Mas a
sequência mais engraçada é a de quando eles prendem um suspeito e resolvem
interrogá-lo, fazendo o papel de policial bom e policial mau. São quase dez
minutos de puro humor físico. O mais impressionante da cena é ver Matheus
Nachtergaele servindo de escada para Edmilson Filho, o que mostra tanto a
competência de Edimilson Filho quanto a humildade de Matheus Nachtergaele.
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