Caverna do Dragão foi um desenho animado criado em 1983, nos Estados Unidos, baseado no RPG Dungeons and Dragons. Entre os seus criadores estão o roteiro de quadrinhos Mark Evanier, famoso pelo personagem Groo.
quarta-feira, junho 30, 2021
Fundo do baú - Caverna do Dragão
Capas de revistas da Grafipar
Grafipar foi uma das mais importantes editoras brasileiras de quadrinhos. Especializada em quadrinhos eróticos, ela inundou as bancas no final dos anos 1970 e início dos anos 1980 com uma enorme variedade de revistas com a nata dos quadrinhos nacionais. Confira algumas capas da editora.
Antropofagia cultural
Concepção cognitivista da educação
Piaget começou sua carreira trabalhando com dois psicólogos franceses, Binet e Simon, criadores do famoso teste de QI, que mede a inteligência. Analisando as respostas erradas das crianças, ele percebeu que essas respostas eram consideradas erradas por serem analisadas do ponto de vista do adulto. Na verdade, as respostas seguiam uma lógica própria característica de cada idade.
Ponto fundamental da teoria de Piaget é a noção de equilíbrio (chamada de homeostase pela cibernética) segundo a qual todos os organismos, sejam eles uma ameba, uma borboleta ou uma criança procura manter um estado de equilíbrio com seu ambiente.
A construção do conhecimento ocorre quando ações físicas e mentais sobre o objeto provocam desiquilíbrio, que resulta em assimilação ou acomodação. Na assimilação, a realidade do mundo é assimilada às estruturas cognitivas existentes, na acomodação, a estrutura cognitiva é modificada em decorrência das experiências.
Para Piaget, a pessoa passa por fases de desenvolvimento que refletem as fases pelas quais passou a própria humanidade. As fases não são diretamente ligadas a uma idade. É possível que uma criança passe para uma nova fase antes das outras. Mas a seqüência não pode ser pulada.
Na fase sensório-motora, a criança baseia-se exclusivamente nas percepções sensoriais e nos esquemas motores para resolver problemas que são essencialmente práticos: bater em uma bola, pegar um botão, etc.
Presa ao aqui e agora, a criança ainda não tem capacidade de representar eventos, evocar o passado ou se referir ao futuro. Se ela está brincando com uma bola e a bola cai debaixo da coberta, ela deixa de existir. Se a mãe sai de perto do bebê, ele ainda não tem a percepção de que ela irá voltar. Com o tempo a criança começa a perceber que as coisas perduram no tempo e no espaço independente de estarem visíveis ou não e esse tipo de descoberta traz grande prazer à criança. É a fase em que os pais colocam um pano na frente do rosto e depois o descobrem. Ou cobrem um objeto e depois tiram o pano. Essa brincadeira reflete uma mudança na estrutura cognitiva da criança.
Na fase pré-operatória a criança começa a trabalhar com símbolos e representações. Ela compreende que a palavra “papai” se refere a uma pessoa específica e que essa palavra substituí a pessoa real. Nesse período é comum a criança brincar de representação, em que um boneco é tido como um bebê, que come, brinca e faz arte.
É uma fase egocêntrica, em que a criança só consegue analisar os fenômenos tomando a si mesma como referência. O seguinte diálogo é característico dessa idade: “Quantos irmãos você tem?”. “Eu só tenho um irmão”. “E o seu irmão, quantos irmãos ele tem?”. “Nenhum”. O exemplo demonstra que a criança só pode conceber sua família tomando a si mesma como referência.
Embora já seja capaz de trabalhar com signos, a percepção da criança ainda é extremamente dependente da percepção imediata, sofrendo, em decorrência disso, uma série de distorções. A criança não é capaz, por exemplo, de perceber que a massa de uma determinada substância permanece a mesma, independente do formato. Assim, ao fazer uma salsicha com uma massinha, a criança achará que ela tem mais massa que uma bola da mesma substância, pois não é capaz de trabalhar com a reversibilidade, a capacidade de voltar mentalmente a substância ao seu estado anterior. Um outro exemplo seria o caso da água colocada em um copo pequeno, mas largo, passada para um copo estreito, mas alto. A criança nesse estágio acha que houve um aumento da massa.
Na etapa operatório concreta a criança já é capaz de lidar com a reversibilidade e com a lógica, mas ainda depende da percepção do mundo.
Na etapa do operatório formal, que geralmente inicia na adolescência, a pessoa já é capaz de trabalhar com o pensamento puramente abstrato e a utilizar a lógica dedutiva. Na lógica dedutiva, parte-se do todo para a parte. Por exemplo: todas as pessoas que usam uniforme da polícia são policiais. Este homem usa uniforme da polícia, logo este homem é policial. A lógica desse caso funciona por si só.
Na teoria de Piaget, a função da educação é ajudar nesse processo cognitivo. Ao professor cabe oferecer problemas aos alunos, sem ensinar-lhe soluções. Seu papel, essencialmente, é de um orientador. As fases do desenvolvimento do aluno devem ser respeitadas. Não se pode querer, por exemplo, que uma criança de cinco anos seja capaz de trabalhar com o pensamento hipotético-dedutivo.
Vygostski discordou de Piaget ao afirmar que a influência do meio era maior que fatores individuais. Para ele, a criança já nasce num meio social e, desde o nascimento, vai formando sua visão de mundo influenciada pela interação com adultos e crianças mais velhas. Segundo o autor russo, é impossível estabelecer etapas cognitivas que sejam válidas para todas as sociedades. Assim, variando o ambiente social, o desenvolvimento da criança também sofrerá variação.
Cada sociedade fornece aos seus integrantes instrumentos físicos (enxadas, faca, mesa, computadores) e culturais (rituais, valores, costumes, conhecimentos) desenvolvidos pelas gerações anteriores que vão orientar o desenvolvimento cognitivo.
A linguagem e a interação com os mais velhos é essencial nessa abordagem. Pensamento e linguagem são diretamente relacionados. Ao descobrir que todos os objetos têm nomes, a criança verá um objeto desconhecido como algo a ser nomeado e para resolver o problema recorre aos mais velhos. Assim, o processo de desenvolvimento do individuo possui dois níveis. Um, real, corresponde ao que ele pode fazer sozinho, com os conhecimentos já formados. O outro, potencial, refere-se à possibilidade de aprender com indivíduos mais experientes.
Para Vigotski, o aprendizado é o processo de desenvolvimento interno que só ocorre através da interação do indivíduo com o ambiente social no qual vive.
Hulk – ele voltou!
Um dos aspectos mais
interessantes da fase de Peter David no golias esmeralda é a noção de que o
Hulk é uma das facetas da personalidade de Bruce Banner, que, graças a traumas
de infância desenvolveu múltipla personalidade. A capa de The incredible Hulk
372 exemplifica bem isso, ao mostrar o Hulk verde irrompendo uma imagem
composta por Banner de um lado e pelo Hulk cinza do outro.
Na história, Bruce Banner
está à procura de Betty Ross, que se recolheu a um convento ao ser informada
que seu amado aparentemente morreu.
O Hulk verde aparece pela prmeira vez no traço de Dale Keown.
O roteirista Peter David
manipula bem todos os elementos do roteiro e cria uma “comédia de erros” que
serve aqui ao drama. Banner entra no convento e faz-se passar por um padre num
confessionário para ouvir a confissão de Betty. A confissão é interrompida pela
descoberta de que o padre verdadeiro sofreu um acidente e a confissão fica pela
metade, fazendo o herói acreditar que sua amada está feliz no convento e não
quer mais a vida ao lado de um monstro. Na verdade, o que ela iria dizer é que,
embora estivesse feliz no convento, seu lugar não era ali.
Enquanto isso, o carro
extremamente tecnológico caça Bruce Banner, o que torna tudo ainda mais
eletrizante.
Um dos aspectos destaque
dessa história é que nela Dale Keown desenha o
Hulk verde pela primeira vez. O personagem aparece em toda a sua ferocidade
numa belíssima e impressionante splash page.
No Brasil essa história foi publicada pela
editora Abril em O incrível Hulk 130.
Mais forte que a vingança - o filme que serviu de inspiração para Ken Parker
O faroeste humano influenciou a série Ken Parker. |
Nas primerias histórias de Ken Parker ele era muito parecido visualmente com o protagonista do filme. |
terça-feira, junho 29, 2021
Stan Lee - o reinventor dos super-heróis
Buck Rogers: ficção científica nos quadrinhos
Capitão América de John Byrne
Roger Stern exagerava nos diálogos. |
Uma das melhores capas dessa série. |
Calafrio 72 traz HQ em homenagem A Rodolfo Zalla por Gian Danton e Guto Dias
A edição 72 da revista Calafrio acaba de ser lançada e traz uma HQ especial que escrevi em homenagem a Rodolfo Zalla, o primeiro editor da revista e a pessoa que abriu as portas do mercado de quadrinhos para mim, lá em 1989. A história, que brinca com alguns clichês das histórias de terror, foi magnificamente ilustrada pelo curitibano Guto Dias.
A edição traz também mais uma HQ da série sobre Psicopatas, agora sobre o Maníaco de Goiânia, com desenhos de Cláudio Dutra.
Barão Vermelho - Rock do Cachorro Morto
morto, do Barão Vermelho, é baseada na poesia Suave Mari magno, de Machado de
Assis. No poema, um cão está morrendo envenenado e, de todas as pessoas que
passam por ali, nenhuma deixa de parar e olhar a morte do cão. Para Machado,
isso revelava um instinto humano maligno: sentir prazer no sofrimento alheio. Escrito
em 1880, o poema parece falar de nossos dias, em que as pessoas se regozijam em
receber e compartilhar no Whatsapp imagens de pessoas mortas, amputadas, de de
acidentes e assassinatos. Machado nunca foi tão atual.
cão
convulsão
padecer
Livro em financiamento coletivo no Catarse explica o fenômeno dos psicopatas
Psicopatas estão em todos os lugares: nas empresas, na política, nos filmes, nos seriados, nos quadrinhos. Você provavelmente conhece um psicopata. E ele é a pessoa que você menos desconfia. Explicar esse fenômeno é o objetivo do livro Psicopatas na vida real e na ficção, escrito por Gian Danton e Jefferson Nunes.
A obra será dividida em três
capítulos. No primeiro, uma mente peversa, é explicado como surgiu o termo
psicopata e o que significa a psicopatia, as caracterícas mais visíveis e a
diferença entre psicopata e psicótico. No segundo capítulo, são apresentados
exemplos reais de psicopatas assassinos. O terceiro capítulo se debruça sobre o
fenômeno na cultura pop. São mostrados exemplos de psicopatas na música, nos
quadrinhos, no cinema e nos seriados.
O livro terá 200 páginas
ricamente ilustradas e está financiamento coletivo no Catarse. Para apoiar o projeto, clique em: https://www.catarse.me/psicopatas_na_vida_real_e_na_ficcao_9e59.
Radioactive – filme conta a vida de Marie Curie
Marie Curie é uma das mulheres mais importantes da ciência. Ganhadora de dois prêmios Nobel por suas pesquisas sobre radiação, foi a pessoa que abriu caminho para que as mulheres pudessem ingressar na vida científica, até então um meio dominado praticamente só por homens.
É a vida dessa heroína da ciência que é
contada no filme Radioactive. A diretora do longa lançado pelo Netflix é a
iraniana Marjane Satrapi, mais conhecida no Brasil pela história em quadrinhos
Persépolis. Por sua vez, Satrapi adapta a história em quadrinhos Radioactive:
Marie & Pierre Curie: A Tale of Love and Fallout, de Lauren Redniss.
O filme conta a história da cientista
desde quando ela conhece seu futuro marido, Pierre Curie. Este não só se
apaixona por ela, como consegue perceber que tratava com uma pessoa genial – e
geniosa. O casal se envenou com radiação quando fazia suas experiências.
Pierre, que adoeceu antes, foi atropelado por uma charrete e morreu. Marie
morreu muito tempo depois. Sua trajetória inclui as dificuldades de uma mulher
cientista sociedade conservadora e xenófoba e a falta de verbas para pesquisa.
A grande questão por trás da pesquisa de
Pierre e Marie é que a descoberta feita por eles representou esperança e saúde,
como a radioterapia para câncera e o raio x, que salvou diversas vidas, mas
também provocou milhares, talvez milhões de mortes, a exemplo das bombas
atômicas sobre o Japão. O filme explora muito bem esse aspecto ao introduzir
insertes com cenas futuras, flash fowards, que explicam ao expectar os aspectos
nocivos e benéficos da radiação. Mais do que uma biografia, o filme se torna
também um comentário sobre como descobertas importantes podem ser apropriadas
para o bem e para o mal.
Além da direção segura e realmente
competente de Satrapi, o filme conta com a atuação inspirada de Rosamund Pike
no papel principal. Difícil pensar em Marie Curie sem lembrar da atuação dessa
atriz. Anya Taylor‑Joy, que faz a filha da cientista, aparece apenas na segunda
parte, mas rouba a cena.