Marie Curie é uma das mulheres mais importantes da ciência. Ganhadora de dois prêmios Nobel por suas pesquisas sobre radiação, foi a pessoa que abriu caminho para que as mulheres pudessem ingressar na vida científica, até então um meio dominado praticamente só por homens.
É a vida dessa heroína da ciência que é
contada no filme Radioactive. A diretora do longa lançado pelo Netflix é a
iraniana Marjane Satrapi, mais conhecida no Brasil pela história em quadrinhos
Persépolis. Por sua vez, Satrapi adapta a história em quadrinhos Radioactive:
Marie & Pierre Curie: A Tale of Love and Fallout, de Lauren Redniss.
O filme conta a história da cientista
desde quando ela conhece seu futuro marido, Pierre Curie. Este não só se
apaixona por ela, como consegue perceber que tratava com uma pessoa genial – e
geniosa. O casal se envenou com radiação quando fazia suas experiências.
Pierre, que adoeceu antes, foi atropelado por uma charrete e morreu. Marie
morreu muito tempo depois. Sua trajetória inclui as dificuldades de uma mulher
cientista sociedade conservadora e xenófoba e a falta de verbas para pesquisa.
A grande questão por trás da pesquisa de
Pierre e Marie é que a descoberta feita por eles representou esperança e saúde,
como a radioterapia para câncera e o raio x, que salvou diversas vidas, mas
também provocou milhares, talvez milhões de mortes, a exemplo das bombas
atômicas sobre o Japão. O filme explora muito bem esse aspecto ao introduzir
insertes com cenas futuras, flash fowards, que explicam ao expectar os aspectos
nocivos e benéficos da radiação. Mais do que uma biografia, o filme se torna
também um comentário sobre como descobertas importantes podem ser apropriadas
para o bem e para o mal.
Além da direção segura e realmente
competente de Satrapi, o filme conta com a atuação inspirada de Rosamund Pike
no papel principal. Difícil pensar em Marie Curie sem lembrar da atuação dessa
atriz. Anya Taylor‑Joy, que faz a filha da cientista, aparece apenas na segunda
parte, mas rouba a cena.
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