De todos os monstros clássicos, os zumbis sempre foram os meus prediletos.
Eu sempre os vi como uma metáfora dos comportamentos coletivos: uma pessoa, quando está em uma multidão, torna-se irracional, instintiva – deixa, enfim, de ser humana. E, a partir do surgimento dos meios de comunicação de massa, as pessoas passaram a manifestar esse comportamento mesmo não estando em grupo. É a multidão solitária, ou massa.
Nos tempos atuais esse comportamento é totalmente visível, por exemplo, nas redes sociais, como o Whatsaap, que têm liberado o que há de pior nas pessoas, transformando-as em zumbis manipuláveis sedentos por sangue e alimentados por boatos.
O uivo da górgona surgiu a partir dessa percepção.
Para deixar isso claro, o que transforma as pessoas em zumbis não é a mordida de outro zumbis, mas um som, o uivo da górgona. O livro foi escrito originalmente em um grupo de terror no Facebook: eu escrevia, recebia o feedback e ia mexendo no texto. Essa forma de publicação também fez com que a estrutura fosse de capítulos curtos, com uma situação de suspense no final, quase como se fosse uma tira de quadrinhos.
O livro, meu segundo romance, foi financiado via Catarse e publicado em 2016 pela editora 9Bravos, com uma belíssima capa de João Ovtizke.
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