Em 1980 a Marvel resolveu
lançar uma heroína disco – justamente na época em que o disco estava entrando
em decadência. Para promover o novo título, os editores pediram que Chris
Claremont e John Byrne introduzissem a personagem The Uncanny X-men 130. O que
os dois fizeram é um ótimo exemplo de como dois gênios dos quadrinhos conseguem
fazer bons trabalhos mesmo sob limitações editoriais.
A dupla estava no meio da
saga da Fênix Negra e a forma encontrada de inserir a nova heróina na trama foi
colocar os X-men para procurar duas novas mutantes – enquanto são caçados pelo
Clube do Inferno. Kity Pride era a primeira mutante, a segunda era Cristal.
A edição começa deslumbrante
desde a sensacional capa de John Romita Jr, com Cristal no centro, luzes
explodindo à sua volta enquanto Cíclope, Fênix e Noturno parecem perturbados
pela luminosidade. Era uma capa que por si só já faria um gibi valer a pena –
tanto que foi capa de Superaventuras Marvel 26.
A trama mostra Cíclope e
Fênix entrando numa danceteria à procura da nova mutante enquanto Noturno fica
de guarda, do lado de fora. Noturno recebe uma ligação de Kitty Pride, que
avisa que os outros X-men foram capturados.
Lá dentro, Jean Grey tem
mais uma de suas ilusões com a suposta ancestral e no final acaba beijando um
homem que só conhece em sonhos.
Então aparece Cristal, em
uma imagem simplesmente impressionante, uma verdadeira overdose de luzes e efeitos visuais. O texto diz: “A boate fica escura e
silenciosa, então a banda começa a tocar a vigorosa introdução de uma música...
e ela aparece! Uma visão prateada envolvida por um belíssimo show de luzes
coloridas que mudam de cor, intensidade e posição para acompanhar suas emoções
enquanto canta”.
Eu lembro que vi aquilo e
pensei: “Caramba! Essa personagem é simplesmente incrível!”. Depois, quando fui
ler as histórias solos da heroína, descobri que os autores não conseguiam
chegar nem mesmo perto da grandiosidade daquela pequena participação de Cristal
na saga da Fênix Negra.
No Brasil essa história foi
publicada em Superaventuras Marvel 26. A editora Abril aproveitou, quase sem
alterações, a icônica capa de John Romita Jr fazendo com que essa edição fosse
uma das mais lembradas e queridas pelos fãs.
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