A primeira cena do filme
Fuja, de Aneesh Chaganty (disponibilizado pela Netflix), é emblemática. Em uma
reunião de pais que educam seus fihos em casa, uma mulher choraminga sobre o
filho que irá para a faculdade e talvez não se lembre de escovar os dentes. A apreensão
é compartilhada por outros país presente, algo simbolizado pela caixa de lenços
de papeis que circula de mesa em mesa até chegar em Diane Sherman, que num gesto extremamente simbólico,
recusa o lenço: “Minha filha enfrentou mais desafios psicológicos e físicos do
que a maioria das pessoas em sua vida. Cloe é a pessoa mais capaz que conheço. Se
tem alguém que não me preocupa é ela”.
A trama acompanha sua filha,
Cloe, que nasceu prematura e, em consequência disso, desenvolveu diversos problemas
de saúde. Ela não consegue andar e só se locomove numa cadeira de rodas. Além disso,
tem asma, diabetes, arritimia e diversas outras doenças. Assim, ela vive
totalmente dependente de sua mãe amorosa, que parece dedicar a vida a cuidar
dela.
Mas uma descoberta feita por
Cloe coloca sua vida em risco e para sobreviver ela precisará usar toda a sua
inventividade e força de vontade.
A película é um dos melhores
exemplos de cinema de suspense dos últimos tempo e consegue isso focando
principalmente na atuação impressionante de Kiera Allen, que é cadeirante na
vida real.
As situações pela qual a
garota passa são agoniantes tanto pela própria dificuldade de locomoção quanto
pela expectativa de que o inimigo poderá chegar a qualquer momento. Não por
acaso, Chaganty privilegia os closes, tirando o máximo da atuação da menina. A
cena em que ela, presa em seu próprio quarto, se arrasta pelo telhado para
chegar a outro cômodo é o ponto alto do filme tanto pelo suspense quanto pela
inventividade e força de vontade apresentados pla personagem.
Além disso, roteiro e direção
são afinados a ponto de serem necessários diálogos expositivos: a maioria das
grandes revelações do filme são feitas exclusivamente através do que Cloe vê.
Fuja é um daqueles filmes em
que o suspense vai num crescendo até atingir o seu ápice e tem um dos melhores
finais que já vi nesse tipo de obra. Um final que, da mesma forma que todo o
filme, surpreende por não ser o que parece.
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