sábado, agosto 07, 2021

Fuja

 


A primeira cena do filme Fuja, de Aneesh Chaganty (disponibilizado pela Netflix), é emblemática. Em uma reunião de pais que educam seus fihos em casa, uma mulher choraminga sobre o filho que irá para a faculdade e talvez não se lembre de escovar os dentes. A apreensão é compartilhada por outros país presente, algo simbolizado pela caixa de lenços de papeis que circula de mesa em mesa até chegar em  Diane Sherman, que num gesto extremamente simbólico, recusa o lenço: “Minha filha enfrentou mais desafios psicológicos e físicos do que a maioria das pessoas em sua vida. Cloe é a pessoa mais capaz que conheço. Se tem alguém que não me preocupa é ela”.

A trama acompanha sua filha, Cloe, que nasceu prematura e, em consequência disso, desenvolveu diversos problemas de saúde. Ela não consegue andar e só se locomove numa cadeira de rodas. Além disso, tem asma, diabetes, arritimia e diversas outras doenças. Assim, ela vive totalmente dependente de sua mãe amorosa, que parece dedicar a vida a cuidar dela.

Mas uma descoberta feita por Cloe coloca sua vida em risco e para sobreviver ela precisará usar toda a sua inventividade e força de vontade.   

A película é um dos melhores exemplos de cinema de suspense dos últimos tempo e consegue isso focando principalmente na atuação impressionante de Kiera Allen, que é cadeirante na vida real.

As situações pela qual a garota passa são agoniantes tanto pela própria dificuldade de locomoção quanto pela expectativa de que o inimigo poderá chegar a qualquer momento. Não por acaso, Chaganty privilegia os closes, tirando o máximo da atuação da menina. A cena em que ela, presa em seu próprio quarto, se arrasta pelo telhado para chegar a outro cômodo é o ponto alto do filme tanto pelo suspense quanto pela inventividade e força de vontade apresentados pla personagem.

Além disso, roteiro e direção são afinados a ponto de serem necessários diálogos expositivos: a maioria das grandes revelações do filme são feitas exclusivamente através do que Cloe vê.

Fuja é um daqueles filmes em que o suspense vai num crescendo até atingir o seu ápice e tem um dos melhores finais que já vi nesse tipo de obra. Um final que, da mesma forma que todo o filme, surpreende por não ser o que parece.

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