Na década de 1980 o seriado Armação Ilimitada se tornou o grande azarão da TV. A ideia tinha sido de dois atores surfistas, Kadu Moliterno e André De Biase ao qual se juntou Andréa Beltrão. Os roteiros eram non-sense e a direção de Guell Arraes garantia uma boa dose de metalinguagem e humor.
Essa mistureba fez tanto sucesso que levou a editora Nova
Fronteira a lançar uma versão em quadrinhos dos personagens Juba e Lula. Para
desenhar escolheram o argentino Héctor Gomes Alísio e para o roteiro o desconhecido Régis Rocha Moreira.
O roteirista exagerava nos textos, fazendo com que o desenho ficasse apertado entre os balões. |
A história Operação Super-homem mostra a dupla lutando
contra um nazista que pretende criar um super-homem. E qual seria o objetivo de
um nazista ao criar uma pessoa extremamente forte? Montar um exército e reviver
o III Reich? Não, transformar o soro numa droga e vender nas ruas. Era para ser
non-sense, mas é simplesmente algo que não faz sentido, assim como quase tudo
nessa história.
Logo no início, os protagonistas estão chegando na praia
quando quase batem em um carro que está saindo do estacionamento. Algo
relacionado à trama? Não. Apenas uma desculpa para eles conhecerem duas
garotas... que aparecem apenas em um quadrinho! A situação, que parece ser
apenas uma piada solta, sequer é desenvolvida. Aliás, por esse único quadro
fica evidente que Héctor é um excelente desenhista de mulheres. Mas o
roteirista simplesmente não aproveita isso: 90% das cenas tem apenas homens.
A história cria toda uma situação para uma paquera que só dura um quadro. |
Junte a isso piadas que não funcionam, diálogos expositivos (os famosos bifes) enormes e um final abrupto, que parece indicar que o roteirista só pensou no final da história na última página.
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