Uma das matérias que fiz para a Folha de Londrina se transformou em uma verdadeira aventura, que deixou preocupados toda a redação e familiares.
A ideia era fazer uma matéria de turismo, a respeito de um passeio oferecido por uma pousada ao redor das ilhas no litoral do Paraná.
Mas exatamente no dia em que fomos fazer a matéria deu a maior tempestade do ano. A tormenta nos pegou em pleno mar, com ondas altíssimas, que quase afundavam o barco. O barqueiro nos disse: "Vamos tentar achar uma vila de pescadores. Se não acharmos, o jeito será ancorar em qualquer lugar e passar a noite na floresta". Imaginem passar a noite na floresta, no meio da chuva e do frio.
Felizmente, achamos a tal vila e passamos a noite lá, espremidos em um quartinho de uma pessoa que nos liberou o quarto do filho. Nessa época não tinha celular e até telefones eram raros. Ficamos, eu e o fotógrafo, desaparecidos por dois dias (comendo biscoitos e sardinha) enquanto esperávamos o mar voltar às condições de navegação.
Só depois desses dois dias conseguirmos chegar num local que tinha telefone e pudemos avisar o editor sobre o que tinha acontecido.
Embora o editor fosse um ótimo profissional, nesse caso ele pecou por excesso de conservadorismo: era o tipo de situação que valia por si uma matéria em primeira pessoa. No final a situação pela qual passamos virou apenas um pequeno box.
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