terça-feira, julho 05, 2022

Esquadrão Atari – Contra Ataque

 


Até a edição 7, Morféa era vista como o membro mais inofensivo do Esquadrão Atari. Afinal, seu poder era apenas a empatia e ela até então se revelara uma pacifista, fazendo o possível para evitar conflitos (não por acaso ela atua como psicóloga).

No número 7, intitulado Contra ataque, vemos Morféa em todo o seu esplendor, a começar pela capa, na qual ela enfrenta o ser que na edição anterior havia torturado Tormenta.

Na história, Martin Champion se entregara ao vilão achando que com isso este libertaria seu filho, o que não acontece. Embora Dart e Paco Rato ainda estejam soltos, percorrendo os dutos de ventilação da nave, tudo parece perdido.

É quando a empata vai até a nave disposta a resolver a situação.

Então descobrimos que ela tem um ferrão mental forte o suficiente para deixar desacordado qualquer um dos soldados inimigos.

Morféa enfrenta um ser que se alimenta da dor...


Ao tentar libertar Tormenta ela se defronta com Psyklops, um ser que se alimenta da dor alheia. Usando seus poderes sobre a empata, ele a faz reviver seu passado, uma forma extremamente eficiente de aprofundar a personagem, pois acontece no meio da ação e está diretamente relacionada com ela. Não é o tipo de flash back que parece uma quebra da narrativa e, portanto, muitas vezes é pulado pelo leitor.

Nesse flash back descobrimos que Morféa foi criada numa sociedade em que todos são iguais, como formigas e o pronome “eu” é proibido. Levada à rainha por sua inadequação, ela se lamenta: “Eu sou tão solitária”. Por sua incapacidade de fazer parte da massa, ela é punida.

... e relembra seu passado. 


Todas essas recordações trazem muita dor para a personagem, para deleite de Psyklops, mas Morféa consegue se recompor numa sequência genial, em que texto e desenhos se unem perfeitamente. Ela inicialmente está caída no chão, com o uniforme usado por todos no mundo natal, mas vai se levantando aos poucos e sua roupa se transformando. Sua fala: “Este ser é importante! Este ser é real! Eu... sou importante! Eu... sou real! Eu... não serei destruída! Eu... não permitirei”. O uso do pronome pessoal se associa ao empoderamento da personagem, sua afirmação de identidade, que ganha vulto quando ela finalmente contra-ataca.

A sequência genial mostra a personagem superando o domínio do vilão. 


Essa união de ação empolgante, cenários e personagens diferenciados e aprofundamento psicológico fez com que Esquadrão Atari se tornasse uma das séries mais célebres da DC de todos os tempos. Cortesia de Gerry Conway e José Luís Garcia-Lopez.

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