Daniel Boone
foi um caçador norte-americano que explorou as florestas ocupadas por indígenas
no século XVIII. Em 1964 o personagem se transformou em uma série de grande
sucesso estrelada por Fess Parker e produzida pela 20th Century Fox Television.
O ator já
tinha feito o papel de Davy
Crockett, um dos pioneiros do início dos Estados Unidos, em um seriado da
Disney. A ideia da Fox era usá-lo novamente para interpretar Crockett, mas,
como a Disney se recusou a ceder os direitos, a solução foi procurar um
personagem histórico semelhante.
Parker usou
no novo papel o mesmo chapéu de pele de guaxinim que caracterizara seu
personagem anterior.
A série se
passava em um período pouco anterior à revolução americana e era ambientada em Boonesborough,
uma vila de pioneiros liderados por Boone. O protagonista era casado com a bela
Rebecca, interpretada por Patricia Blair e tinha dois filhos, com destaque para
o garoto Israel, interpretado por Darby Hinton.
A abertura do
seriado mostrava Boone atravessando um riacho, montando uma armadilha e jogando
uma machadinha contra um tronco que se abria ao meio revelando o nome do personagem
e da série. A machadinha seria a arma símbolo do personagem, o que parece
estranho, já que ela é historicamente associada aos índios. A música folclórica
exaltava o personagem como um ser lendário: “Daniel Boone era um homem/sim, um
grande homem! Com o olho de águia/era tão alto como uma montanha/Daniel Boone
era um homem/sim, um grande homem! Ele era corajoso, ele era destemido/ e tão
forte quanto um poderoso carvalho!”.
Algo que me
chamava atenção, além do caráter nostálgico do seriado (ressaltado pela trilha
sonora) era a forma como os indígenas eram retratados. Numa época em que filmes
e seriados mostravam índios como vilões desalmados que atacavam em bandos
inocentes caravanas, Daniel Boone mostrava uma versão mais simpática dos
mesmos. O protagonista tinha, inclusive um amigo índio, Mingo.
No episódio O
império da Perda, por exemplo, um coronel do exército britânico sequestra toda
a população de Boonesborough como forma de obrigar Boone a assinar uma
escritura, passando para ele a posse das terras da região para ele. Ao mesmo
tempo, faz um acordo com índios segundo o qual entregaria os colonos para
estes, mas era uma armadilha: quando fossem pegar os prisioneiros, os indígenas
seriam bombardeados com canhões. Boone consegue convencer os índios de estão
caindo numa armadilha e o filho do chefe o ajuda a danificar os canhões. No
final, colonos e índios fazem um acordo de paz. A mensagem subliminar aí é bem
apropriada para uma série que se passava num período pouco anterior à
independência norte-americana: o verdadeiro inimigo são os exércitos ingleses.
Daniel Boone
teve seis temporadas, com 165 episódios.
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