domingo, julho 03, 2022

Sweet Tooth

 


Uma doença chamada flagelo mata a maior parte da humanidade. Ao mesmo tempo em que surge, bebês híbridos, humanos e animais começam a nascer. Ninguém sabe se eles são consequência do vírus ou a causa da pandemia. Na dúvida, a maioria das pessoas os odeia e eles são caçados como animais.

Essa é a premissa de Sweet Tooth, série da Netflix baseada nos quadrinhos de Jeff Lemire publicados pela DC Comics.

Sweet Tooth é centrada no garoto Gus, um híbrido de humano e cervo, criado pelo pai em uma floresta isolada de tudo e de todos. Esse idílio é quebrado quando o pai morre e Gus é aprisionado por caçadores e salvo por um homem chamado na série de Grandão. Grandão era um caçador de híbridos, mas a relação com Gus o transforma e surge daí uma amizade improvável. Os dois empreendem uma viagem, em busca de respostas e da mãe do garoto híbrido. No caminho, conhecem uma garota defensora dos híbridos chamada de Ursa. Forma-se assim um trio improvável e disfuncional, mas que magnetiza a simpatia do expectador.

Jim Mickle, o responsável pela adaptação, fez algumas mudanças. Gus, por exemplo, que é um garoto feio nos quadrinhos virou fofo garotinho na série. O tom também é menos cru. A relação de Gus com o pai, por exemplo, é mais afetiva.  

Mas aparentemente, nada do que era realmente essencial na história foi modificado. A premissa das pessoas odiando e perseguindo tudo que é diferente, por exemplo, se mantém. Além disso, o garoto Christian Convery interpreta com perfeição o personagem, conquistando o público desde a primeira tomada.

Muito bem dirigida, a série mistura uma narrativa pós-apocalíptica e uma forte denúncia social com um tom de fábula do tipo que vemos em filmes de Tim Burton, por exemplo. E a trama é envolvente, com personagens carismáticos (interpretados por atores igualmente carismáticos) e sem sequências de pura enrolação como é comum vermos em seriados desse tipo. Tudo ali contribui para a narrativa fluir.

O clima é tão envolvente que acabamos esquecendo que na grande maioria das cenas o único efeito especial é um garoto com uma tiara de chifres na cabeça.


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