Embora fosse uma série essencialmente pessimista, Jonah Hex
tinha seus momentos de ternura, a exemplo da história “Promessa a uma princesa”,
publicada em Weird Western Tales 12.
Essa história, uma das mais críticas de uma série repleta de
críticas sociais, começa com Hex no saloon comendo quando chegam dois homens
dispostos a matá-lo. Ambos são imediatamente mortos antes mesmo que possam
pegar suas armas.
A sequência é irônica: os ditos homens civilizados agem como marginais.
Na página seguinte vemos o povo da cidade revoltado: “Aquele
louco do Jonah Hex não tá na cidade nem há uma hora e já despachou dois. Vamos
deixar que ele continue?”. “Sr. Craig tem razão! Não temos xerife e nós vamos
cuidar desse selvagem incivilizado!”. Toda a sequência é repleta de ironia. Os
cidadãos de bem afirmam que Hex não está preparado para viver entre pessoas que
obedecem a lei... enquanto se preparam para enforcá-lo sem julgamento!
Mas antes que os cidadãos de bem invadam o salão, Hex foge
pelos fundos. Quando o vemos de novo, ele está tomando banho num rio quando é
surpreendido por uma menina índia, a Pequena Corça, que pega seu revólver e o
“Leva como prisioneiro” para a tribo. No meio do caminho, eles atravessam uma
ponte que desaba é a vez do cowboy salvar a menina e levá-la para a
aldeia.
Um fato histórico aparece na história: cobertores contaminados com varíola foram usados como guerra biológica contra os índios.
Nesse ponto, o roteirista John Albano traz um fato histórico
real: Hex encontra a aldeia com vários guerreiros mortos, vítimas de varíola.
Os homens brancos haviam dado cobertores contaminados como forma de exterminar
os índios, como de fato aconteceu na história dos EUA. A Pequena Corça acaba
também adoecendo e o anti-herói precisa encontrar um médico para ela.
Uma das sequências da história é exemplar ao mostrar o quanto
essa série se diferenciava de outros gibis de faroeste: Jonah Hex avança
atirando na direção dos homens brancos enquanto grita: “Vamo, bando de *%*!
Heróis da civilização... vô dá um pouco de ação pra vocês!”.
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