Mesmo nos episódios menos memoráveis, Ken Parker era uma série que conseguia manter um bom nível, a exemplo da história A verdade, publicada no número 47 do título (editora Vecchi).
A história, escrita em parceria com E. M. Mantero e desenhada por B. Marrafa, inicia com dois mineiros no meio do deserto. Um deles alerta para um barulho e aconselha a apagar a fogueira. Depois só tiros. Então a narrativa pula para Ken Parker entrando na cidade de Bitter Creek, no Novo México, levando o cadáver de um deles.
Posteriormente Parker ajuda o povo da cidade a encontrar o mineiro sobrevivente. Pelo seu relato, eles viram os índios navajo massacrando pastores mexicanos e por isso foram perseguidos pelos índios, que também tinham interesse de se apossar do ouro que eles haviam descoberto.
Os navajos realmente são culpados? |
Segue-se uma discussão. A maioria da população acha que o assassinato é obra dos navajos, mas o xerife acredita que na verdade, um dos mineiros matou o outro na tentativa de ficar com seu ouro.
A forma de checar a versão do sobrevivente é descobrir se os pastores ainda estão vivos, mas quando a patrulha, composto por Ken, pelo xerife e por cidadãos, vai em busca de informações, encontra um pequeno grupo de navajos. Exaltados, os brancos matam os mais jovens e prendem o velho do grupo. Tem-se então um dilema: os “cidadãos de bem” querem fazer justiça com as próprias mãos. O xerife e Ken Parker querem entregar o velho para a justiça e tentar checar a história.
Em alguns momentos o protagonista tem as feições de Jerry Spring. |
É uma HQ que não dá respostas fáceis. O tempo todo fica a dúvida: os navajos são realmente culpados pelo assassinato ou estão sendo acusados injustamente?
Os desenhos de Marrafa nem de longe estão no mesmo nível de Millazo, mas são competentes para mostrar o que a história se propõe.
Uma curiosidade é que, em alguns momentos Marrafa desenha Ken Parker com as feições de Jerry Spring, famoso personagem de faroeste franco-belga.
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