terça-feira, outubro 31, 2023

Hulk – O terror dos homens sapos

 


Nas primeiras histórias, o Hulk era muito diferente do personagem que todos nós conhecemos. Para começar, na primeira história, o personagem era cinza. Só na segunda edição é que apareceu o verde, mas um verde tímido, muito diferente do golias esmeralda que conhecemos hoje.

Mas o tom das histórias e a personalidade do verdão também eram muito diferentes.

Para começar, havia um clima das histórias de terror da Marvel da década de 50. A segunda edição começa com o Hulk saindo do pântano, como um monstro ameaçador e invadindo uma cidade com um... pedaço de pau! O texto dizia: “Tal qual um monstro selvagem e devastador saído de algum insano mundo abissal, a aterrorizante figura do Hulk emerge repentinamente das lamacentas águas do pântano”. Parecia uma história de terror.

As primeiras histórias tinham clima de terror. 


Só a aparição de Rick Jones impede que o “monstro” destrua a cidade.

Como na época não havia enrolação, tudo acontecia muito rápido. Logo uma raça de homens-sapos resolve invadir a terra e para isso sequestram o maior cientista do planeta... justamente Bruce Banner. Quando anoitece, este se transforma no Hulk e bota o terror na nave (naquela época, Banner se transformava durante as noites).

O golias esmeralda chega a usar uma das armas dos alienígenas contra eles mesmos, enquanto pensa: “Essas armas... perto delas, as nossas parecem estilingues!”. Quem poderia imaginar o Hulk que todos conhecemos usando uma arma e tendo pensamentos como esses? Mas à frente, ele afirma que vai pegar Betty Ross como... refém!

Hulk usando armas e dizendo frases inteligentes? Será que errei de revista? 


A razão disso é que nessa época o personagem era muito baseado na fera do livro O médico e o monstro, de Robert Louis Stevenson, sendo muito mais cruel do que embrutecido.

Uma curiosidade: O roteiro era de Stan Lee e os desenhos de Jack Kirby, a dupla de ouro da Marvel, mas a arte-final dessa história contava com três nomes, que dão aspectos completamente diferentes para a arte: Steve Ditko, Dick Ayers, Paul Reinman. Ditko, que tinha um estilo muito pessoal, é perfeitamente reconhecível.

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