No número 168 da revista do Demolidor, Frank Miller assume de vez os roteiros. Ele tinha assumido os desenhos do título apenas alguns números antes, mas sua narrativa revolucionária já mostrava que ele se tornaria o nome mais quente do mercado.
Assim que assumiu, Miller quis já imprimir sua assinatura no
título, introduzindo uma personagem que se tornaria uma das mais badaladas da
Marvel, a assassina Elektra.
Na trama, o Demolidor está atrás de um ladrão chamado
Alarich Walllenquist, que testemunhou um assassinato e pode ser a única pessoa
capaz de livrar da prisão uma pessoa inocente. Só que Elektra também está atrás
do mesmo homem.
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A primeira aparição de Elektra |
A história começa numa sequência antológica (eu me lembro até
hoje quando a li em Superaventuras Marvel 6). Tucão está disfarçado de cego
quando chega o Demolidor, perguntando informações sobre o homem desaparecido. Começa
uma briga entre os dois que é quase um covardia, afinal estamos falando do Tucão,
o eterno perdedor da série. Um falso mendigo tenta matar os dois com uma
garrafa de nitroglicerina. O demolidor está interrogando esse segundo atacante
quando surge Elektra.
Embora nessa primeira imagem não seja possível nem mesmo ver
seu rosto, é uma cena impactante, com a anti-heroina agarrada a um cabo, numa
atitude corporal que conota poder e grande capacidade física.
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Miller revela forte influência de Will Eisner e Steve Ditko. |
Então, um flash back mostra como Elektra e Matt Mudock se
conheceram. Os dois estudaram na mesma faculdade, ele um pobre rapaz e ela a
filha de um diplomata. Há cenas de humor, em especial aquelas envolvendo o
guarda-costas dela que parecem ter saído diretamente das páginas de Will
Eisner. E há cenas de ação com forte influência de Steve Ditko (do qual ele
copia também as páginas com muitos quadros). Miller une perfeitamente essas
duas influências, misturando-as com novidades narrativas únicas, como a forma
como é mostrado o radar.
Acresente a isso diálogos descolados (“Não vá embora ainda,
Slaughter. Já falo com você... assim que tiver jogado fora o lixo!”, enquanto
se livra de alguns capangas) e textos de ótima qualidade (“Ecoando pela via
expressa da zona norte, sirenes da polícia, irremediavelmente atrasada,
lamuriam-se... uma distante sirene de nevoeiro emite um longo e doloroso
gemido... pois pela primeira vez, Elektra chora”).
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