quinta-feira, novembro 21, 2024

Blonde

 


Marilyn Monroe é uma das maiores e mais icônicas estrelas do cinema. A cena da saia levantando em O pecado mora ao lado tornou-se uma das imagens mais famosas do século XX. Assim, não é de admirar que a vida da atriz se transformasse num filme: Blonde, dirigido por Andrew Dominik e estrelado por Ana de Armas e disponibilizado pela Netflix.

O resultado, no entanto, é muito, muito dúbio em decorrência de diversas escolhas de roteiro e direção.

A história começa com a infância de Marilyn e mostra os abusos sofridos pela garota por parte da mãe, que chega a tentar matá-la depois de uma longa sequência na qual a mãe tenta entrar numa estrada que está pegando fogo – e é impedida por um policial. A sequência, totalmente fictícia, é demasiadamente longa e deslocada. Até aquele momento o expectador não sabe quem que é a menina e pouco se importa com ela. A história funcionaria muito mais se começasse com a atriz famosa, ou em início de carreira e essa sequência, menor, fosse introduzida como flash back, de forma que o expectador reconhecesse na menina a atriz.

Além disso, há longas sequências de diálogos que não contribuem para a trama que provavelmente têm o objetivo de aprofundar a personagem, mas erram por paralisar a trama. Ao invés de parecer algo orgânico, essas sequências parecem apenas artificiais.

Outro problema é que nem roteiro nem direção se preocupam em situar o expectador, explicar o que está acontecendo, a exemplo de quando Marilyn conhece o jogador de beisebol Joe DiMaggio, que viria a ser seu marido.  A cena começa com os dois já conversando num restaurante. Não sabemos quem é aquela pessoa, como se conheceram, nada. Nem mesmo o nome é dito. Uma simples cena de apresentação resolveria, mas Andrew Dominik não parece interessado em facilitar para o expectador.

Finalmente, talvez o aspecto mais negativo do filme seja o que muitos estão chamando de fetichização do sofrimento: Marilyn se resume a ser uma sofredora. Praticamente nenhum outro aspecto de sua vida ou sua personalidade é explorado. Até mesmo os momentos que poderiam ser de alegria só estão ali para fechar numa sequência de sofrimento, como na cena da praia com o escritor Arthur Miller.

Em tempo: o filme tem quase três horas de duração.

A volta dos super-heróis

 

            Na década de 1950, as revistas de super-heróis entraram em crise. As vendas foram caindo cada vez mais e a maioria das editoras migrou para outros gêneros, como o terror, o romântico e o faroeste. Apenas os personagens mais populares, como o Super-homem e o Batman, ainda continuavam vendendo bem.
            Então, em 1956, a editora National (atual DC Comics) teve a idéia de relançar alguns heróis da era de ouro dos super-heróis. O primeiro personagem escolhido foi o velocista Flash. Para editar a revista foi escolhido Júlio Schwartz, que editara a revista original, na década de 1940. Acontece que Schwartz não gostava do personagem, muito menos do uniforme, e pediu para o escritor Robert Kanigher e os desenhistas Carmine Infantino e Joe Kubert para reformularem totalmente o personagem, inclusive com um uniforme que destoasse completamente daquele usado na era de ouro (que era baseado no deus Hermes). Assim, o novo personagem era alter-ego de Barry Allen, um cientista da polícia que ganhava poderes ao ser banhado por produtos químicos. Ex-agente literário de escritores de ficção-científica, Schwartz resolveu dar um ar científico ao personagem acrescentando notas de rodapé explicando, por exemplo, que Flash conseguia atravessar objetos sólidos vibrando velozmente as moléculas de seu corpo. Deu certo. A nova abordagem agradou bastante os leitores, fazendo com que a revista do personagem inaugurasse a chamada Era de Prata dos super-heróis. Afinal, os tempos eram outros. Com a corrida espacial e a possibilidade de uma guerra nuclear, explicações científicas pareciam algo muito mais real do que magia.
            O próximo personagem a ser revitalizado foi o Lanterna Verde. Enquanto o Lanterna da era de ouro parecia mais com Aladin e a lâmpada mágica, o novo era um patrulheiro espacial. Assim, o piloto de testes Hall Jordan recebe um anel de uma alienígena moribundo que fazia parte da tropa dos Lanternas Verdes. Com isso, ele se torna o novo patrulheiro, responsável pela área do universo em que está a Terra.
            Em abril de 1958 estreou a primeira equipe de super-heróis da Era de Prata. A Legião dos super-heróis surgiu numa aventura do Superboy, mas logo foi conquistando fãs, que começaram a clamar por novas aventuras. A criação dos personagens com estranhos poderes e origens (Rapaz Cósmico, Garota de Saturno, Rapaz Triplo e Violenta Encolhedora, entre outros) foi obra do roteirista Otto Binder, ex-roteirista do Capitão Marvel. Entretanto, a revista se tornou um sucesso após a entrada no título de um escritor novo, que mandava suas histórias por correio, chamado Jim Shooter. Um dia a editora convidou-o para conhecer a redação e todos levaram um susto: o novo talento era, na verdade, um garoto de 13 anos!
            O sucesso desse revival dos heróis fez com que os editores da National decidissem reviver a Sociedade da Justiça. Mas Julius Schwartz achava que o nome Sociedade era formal demais, trocando-o por Liga, uma palavra conhecida dos jovens por causa das ligas de beisebol. O novo grupo reunia os principais heróis da editora e fez grande sucesso. Era a lógica do mais pelo mesmo: mais heróis pelo mesmo número de páginas. A Liga da Justiça estreou na revista The Brave and the Bold em março de 1960.
            Além da reformulação dos personagens, outra grande sacada de Schwartz foi estreitar a comunicação com os leitores, ao criar a seção de cartas na qual apareciam os endereços dos fãs. Com isso, eles eram estimulados a trocar correspondência entre si e o resultado foi duplo: os gibis deixaram de ser leitura descartável para se tornarem itens colecionáveis e começaram a surgir vários fanzines, revistas feitas por fãs, que divulgavam os personagens e revelavam novos talentos. Alguns dos grandes escritores de quadrinhos, como Roy Thomas, surgiram nos fanzines.

A testemunha ocular do crime, de Agatha Christie

 

Durante uma viagem, dois trens alinham por alguns minutos e, nesse curto período de tempo, uma velhinha vê um homem esganando uma mulher até a morte. Esse é o início do livro A testemunha ocular do crime, de Agatha Christie.

Claro que a velhinha da história é amiga de Jane Marple, a simpática octuagenária de muitos romances policiais. No início as duas são totalmente ignoradas pela polícia, afinal, nenhum corpo é encontrado, o que faz com que Marple contrate uma empregada freelancer que é encubida de se empregar em uma propriedade onde o corpo teria sido jogado do trem e depois escondido.

O corpo estava, de fato, num sarcófago em um galpão, mas esse é apenas o pontapé inicial da trama. A pergunta que acompanha os personagens e o leitor a todo momento é: quem é a mulher e por quem e por qual motivo ela foi assassinada? A pista mais segura diz respeito ao filho mais velho, morto durante a II Guerra Mundial. Ele tivera tempo de se casar e, anos depois, a esposa entrara em contato com a família dizendo ter um filho, que seria um dos herdeiros.

A suspeita recai sobre todos os membros da família. Qualquer um poderia ter assassinado a mulher com o objetivo de evitar que a herança fosse dividida. Posteriormente, quando membros da família começam a morrer envenenados, a situação se torna ainda mais complexa.

Agatha Christie constrói a sua trama com meticulosidade de uma velhinha fazendo crochê e juntando as pontas da linha. Tudo se encaixa muito bem, inclusive uma surpreendente reviravolta ali pelo início do terceiro ato.

Esse pode não ser o livro mais famoso da escritora, mas certamente é uma leitura divertida e instigante.

Em tempo: eu não consegui descobrir quem era o assassino da história.

quarta-feira, novembro 20, 2024

Superman – entre a foice e o martelo

 

Um dos princípios básicos da teoria do caos é a dependência sensível das condições iniciais – a percepção de que pequenas mudanças no início do processo pode provocar grandes mudanças a longo prazo. O roteirista Mark Millar parece usar esse princípio na sua aclamada série Superman – entre a foice e o martelo.
Na história, o bebê kriptoniano cai em uma fazenda russa, sendo criado em plena União Soviética stalinista. Essa pequena mudança geográfica (à certa altura um personagem se pergunta: já imaginaram se ele tivesse caído 12 hora antes?) provoca uma mudança global absoluta. Com uma figura indestrutível, capaz de se mover à velocidade do pensamento e super-poderosa, a URSS ganha a guerra fria. Quando, após a morte de Stalin, o Super-homem é alçado ao poder, o império soviético se estende pelo mundo.
A HQ apresenta o que aconteceria se a nave com o bebê kriptoniano tivesse caído na Rússia Stalinista. 


Millar reimagina o universo DC: Lex Luthor, o arqui-inimigo do Homem de aço, torna-se a maior arma norte-americana contra o avanço do estado comunista. A Mulher Maravilha alia-se ao Super-homem e Batman, após ver seus pais sendo mortos por homens da KGB, torna-se um terrorista anti-sistema.
O roteirista consegue equilibrar esses elementos de forma segura e verossimilhante. Em nenhum momento a história parece forçada – tudo parece ser consequência óbvia do que veio antes – até mesmo o final duplamente surpreendente. Trata-se de uma verdadeira epopeia quadrinística que em nenhum momento resvala para o preto e branco. Ao contrário, explora muito bens os tons de cinza de personagens que acham, cada um a seu modo, que estão fazendo o melhor para o mundo.
Uma única palavra para descrever Superman – entre a foice e o martelo: obrigatório.

Adão Negro

 


 Adão Negro, filme dirigido por Jaume Collet-Serra e estrelado por Dwayne Johnson, tinha uma missão: salvar a Warner, estúdio que anda mal das pernas. Era uma aposta arriscada, já que Adão Negro é, originalmente um vilão, sendo inclusive o principal antagonista do Capitão Marvel (conhecido atualmente como Shazan). Pior: é um filme que conta com heróis pouco conhecidos até mesmo dos leitores de quadrinhos, a exemplo de Ventania e Esmaga Átomos.

Na história, Adão Negro é revivido quando a intergangue tanta se apossar de uma coroa de eternium, que pode dar poder absoluto a quem a possuir. A sociedade da justiça, composta pelo Senhor Destino, Gavião Negro, Ventania e Esmaga Átomos é enviada para tentar conter a ameaça.

Há um jogo interessante de roteiro: no início do filme a nossa visão é que Adão é um herói injustiçado, ali pelo meio há uma reviravolta que mostra seu lado sombrio, para termos uma redenção no final.

Dwayne Johnson tem as qualidades de interpretação de uma porta, mas, curiosamente, consegue angaria a simpatia dos expectadores. Além disso, as cenas de ação funcionam muito bem, fugindo do estilo confuso de Vingadores era de ultron. E o filme conta com Pierce Brosnan, numa interpretação realmente memorável de um dos melhores heróis da DC Comics, o Senhor Destino. Some a isso um bom trabalho de CGI, que se mostra efetivo principalmente com as sequências envolvendo o Gavião Negro, e temos um filme que agrada, tanto que tem batido recordes de audiência.

Ao que parece, um vilão transformado em herói salvou a Warner da falência.

Em tempo: se considerarmos que o outro grande sucesso da DC nos cinemas é Esquadrão Suicida, temos a impressão de que a DC se sai melhor com heróis menores ou pouco conhecidos. 

Quarteto Fantástico – Kurgo, o senhor do planeta X

 



Um dos grandes diferenciais do gibi do Quarteto Fantástico, mesmo na relação com outros títulos da Marvel, é a pegada de ficção científica do título, dando a ele um sense of wonder que outras publicações da casa das ideias não tinham.

Essa característica, embora já fosse entrevista nos números anteriores, vai se firmar Fantastic Four 7.

Na história, o planeta x está próximo de ser devastado por um asteroide que irá se chocar com ele (lá na frente o asteroide vira um planeta).

O raio de hostilidade é uma loucura. 


Assim, o governante local, Kurrgo, manda uma nave com um robô para a Terra para sequestrar o Quarteto e obrigar Reed Richards a encontrar uma solução.

Para convencer o grupo a embarcar, o robô  solta um tal de “raio de hostilidade”, que faz com que todos se voltem contra os heróis. Eles estão no congresso, recebendo uma homenagem quando um congressista diz: “É hora do povo descobrir que vocês quatro são a maior ameaça que já recaiu sobre este país!” e todo mundo à volta passa a atacar o quarteto.

O planeta X vai ser destruído. 


O robô poderiam simplesmente pedir a ajuda do grupo, mas o despótico Kurrgo não parece muito afeito a convenções sociais.

Quando chega ao planeta, Reed descobre que o asteroide (ou planeta, ou cometa, Stan Lee ainda está decidindo) está prestes a se chocar contra o planeta x e encontra uma solução para colocar toda a população do planeta em uma nave de fuga: encolher todo mundo. A solução funcionaria bem melhor se ele a usasse de outra maneira, encolher o asteroide, mas sem isso não teríamos o final no qual o ditador cai em desgraça em sua sede de poder.

Kirby estreia começa a usar splah pages grandiosas para abrir os capítulos. 


Essa solução deixou uma tremenda ponta solta.  No final o Senhor Fantástico diz que quando chegarem ao novo planeta, todos terão tamanho reduzido, mas então quem pilota a nave, que tem controles para pessoas de tamanho normal?

Essa história em específico tem uma grande inovação narrativa que ia ser um diferencial dos quadrinhos Marvel. De seis em seis páginas, a história apresentava uma abertura de capítulo, com um quadro de impacto e título. Mas nessa história, Jack Kirby resolveu transformou o quadro de impacto numa splah page. A primeira delas não é tão grandiosa, mas a segunda, mostrando os heróis descendo num elevador gravitacional, é de tirar o fôlego, com uma perspectiva incrível e os detalhes tecnológicos expressionistas que eram a especialidade de Kirby.

A arte impressionante de Gabriel Andrade Jr.

 

Gabriel Andrade Jr. é Músico, Animador, Ilustrador, Artista e Roteirista de quadrinhos. Nasceu em Macau, cidade do interior do Rio Grande do Norte. Seu primeiro trabalho publicado foram ilustrações para o livro A Ordem da Rosa Branca, de Daniel Nasser, no ano de 2005. A partir de 2009, Gabriel teve seus primeiros trabalhos requisitados por editoras norte-americanas, como Kingstone Comics (The Last Convert of John Harper), Dark Horse (Aliens), BOOM! Studios (Die Hard: Year One), Sea Lion Books (adaptação do livro O Alquimista, de Paulo Coelho) e Avatar Press (Lady Death, Feral, Uber, Crossed).  Atualmente desenvolve uma série de títulos de horror e suspense com o escritor inglês Alam Moore (V de Vingança, Watchmen), com quem foi co-autor da série de sucesso internacional Crossed One Hundred.












O violonista - A HQ em que mudaram completamente meu roteiro

 


 

Ontem eu recebi o número dois da revista Além da Imaginação e me espantei ao ler minha história O Violinista. O editor simplemente pegou a idéia básica de um comandante nazista atormentado por um violinista e mudou todo o resto. Acrescentou cenas, modificou o final para um clichê das histórias de terror... do meu texto acredito que não tenha sobrado uma única frase. Para quem comprar a revista e ler a história, fica um aviso: tirando a idéia básica, não tem nada meu ali.

O violinista virou o violonista. 


O nazista dá risinhos: ri-ri-ri. 
A morte aparece para levar a pessoa má. Mais clichê, impossível.


Abaixo coloco a primeira página na versão final e o roteiro, para comparação.


O violinista

Roteiro de Gian Danton

 

Página 1

Q1 -  Um violinista em primeiro plano, tocando seu violino. É um judeu, num campo de concentração. Ele está vestido com o uniforme dos judeus nos campos de concentração, o pijama branco e azul, mas neste primeiro quadro vemos pouco dele, então poderia ser qualquer violinista tocando em qualquer lugar.

Texto: O violinista toca uma melodia de morte.

Texto: O arco desliza suavemente pelas cordas, como se chorasse com elas n uma mistura de dor e beleza.

Q2  - Agora um ângulo mais aberto, mostrando que o violinista está num local com neve e pessoas passam à frente dele, nuas.

Texto: Enquanto toca, dezenas de pessoas nuas andam, apáticos, na direção de um prédio grande, sem janelas. Algumas tremem de frio, seus pés queimando de encontro à neve branca.

Texto: Dizem que tomarão um banho quente e muitos estão gratos por isso.

Q3 – Outro ângulo do violinista.

Texto: Mas o violinista sabe o que acontecerá. Ele já viu essa cena muitas e muitas vezes.

Texto: Eles estão marchando na direção da morte chamada ziklon b.

Q4 – Plano geral, aberto, mostrando o campo de concentração, com guardas nazistas armados e prisioneiros judeus marchando para o local onde serão mortos. O violinista aparece em destaque, tocando seu violino.

Texto: Em breve estarão lutando para sair, gritando, amontoando-se nas portas, arranhando a garganta, tentando desesperadamente sobreviver de alguma forma ou diminuir o sofrimento da asfixia.

Texto: Por isso ele toca. Para acalmá-los. Para parecer que está tudo bem.

Texto:

“Dance me to your beauty with a burning violin

Dance me through the panic 'til I'm gathered safely in

Lift me like an olive branch and be my homeward dove

Dance me to the end of love

Dance me to the end of love”

Leonard Cohen

Zona do crepúsculo

 


Quando comecei a parceria com Bené, essa série já estava sendo publicada na revista Calafrio. Bené tinha publicado uma primeira história, sobre um ladrão que entra num antiquário e acaba se dando muito mal. Ele denominou essa HQ simples de Zona do Crepúsculo em homenagem ao título original do seriado Além da imaginação.
Depois percebeu que havia ali potencial para uma série. Então veio Sonhos de outono.
E Belzebu, nossa primeira juntos nessa série. Lembro que Bené chegou um dia comentando que havia descoberto que Belzebu significava demônio das moscas e achava que isso podia ser aproveitado numa HQ. O resultado foi uma história totalmente não-linear, cheia de flash backs e com um forte conteúdo social. No fundo, o demônio não seria o preconceito? Gostamos tanto do resultado que passamos a usar narrativas não-lineares em quase todas as histórias que fizemos juntos depois disso.
Então o Rodolfo Zalla pediu uma última história para fechar a série, uma história que juntasse as outras.
Mas como? Não parecia haver nada em comum entre elas. Quebramos a cabeça durante muito tempo até perceber que, sim, havia algo em comum: o dono da loja de antiguidades! Assim focamos o último capítulo nele, inclusive com referências às outras.
O leitor mais atento vai perceber uma influência óbvia: A piada mortal. Sim, o demônio da história é nossa versão do Coringa.
Uma curiosidade nessa história é que Bené inverteu o processo. Ou seja: ao invés de desenhar em preto sobre papel branco, ele desenhou em branco sobre papel preto, uma técnica que poucos dominam.
Zalla estava gostando tanto da Zona do Crepúsculo que nos pediu uma capa. Nossa história ia ser a grande destaque da revista! De novo, tínhamos um desafio: como fazer essa página sem revelar o conteúdo a HQ e dentro do espírito. A forma como solucionamos isso mostra como já estávamos afinados à essa altura do campeonato. Passamos longos minutos em silêncio, matutando, e, de repente, os dois soltaram:
- Tive uma ideia!
E era a mesma ideia: o dono do antiquário abrindo a porta, com olhar assustado, a imagem vista como se o leitor fosse quem estivesse do outro lado da porta.

Não adiantou muito. Logo depois a revista acabou e tanto a capa quanto a última parte acabaram não sendo publicados na Calafri. A série só saiu completa na Calafrio mais de 20 anos depois, na nova versão de revista. A revista tem 52 páginas ao preço de R$15,00. Os pedidos da edição e números atrasados podem ser feito pelo e-mail: revistacalafrio@gmail.com.

terça-feira, novembro 19, 2024

Últimos dias! Saiba como enviar artigos para o livro Poética e Nona Arte: da poesia nos quadrinhos ao quadrinhos poético-filosóficos - últimos dias!

 


Poética e Nona Arte: da poesia nos quadrinhos ao quadrinhos poético-filosóficos

A antologia Poética e Nona Arte: da poesia nos quadrinhos ao quadrinhos poético-filosóficos reunirá artigos sobre os vários aspectos da relação entre poesia em quadrinhos, desde as HQs que usam elementos de poesia até os quadrinhos póéticos-filosóficos, passando por análises do texto nos quadrinhos.

Também serão aceitas histórias em quadrinhos que tenham relação com o tema da obra.

Os artigos deverão ter entre 10 e 15 páginas, incluindo imagens e referências (ver abaixo as normas de apresentação do artigo).

As histórias em quadrinhos devem ter no máximo 8 páginas.

O livro será lançado pela Marca de Fantasia e será organizado por e Ivan Carlo Andrade de Oliveira, Edgar Franco e Gazy Andraus.

Os artigos devem ser enviados até 26 de Novembro de 2024 para o e-mail profivancarlo@gmail.com.

 

 

 

[TITULO DO TRABALHO EM NEGRITO E CAIXA ALTA, CENTRALIZADO, FONTE 12, LETRA TIMES NEW ROMAN, ESPAÇAMENTO SIMPLES]

 

[nome completo do/a autor/a, alinhado à esquerda, fonte 10][1]

 

[Introdução e demais subseções com primeira letra em maiúsculo, fonte 12, negrito, alinhado à esquerda]

 

[Texto em espaçamento 1,5 cm, fonte times new roman 12, alinhamento justificado, deslocamento na primeira linha em 1,25cm. Mínimo de 10 e máximo de 15 páginas, incluindo referências bibliográficas e imagens. Notas de rodapé devem ser usadas apenas para complementar dados essenciais. Referências bibliográficas devem ser inseridas no corpo do texto conforme orientação de citação entre parênteses, com sobrenome do autor em caixa alta, ano e página. Ex (Reblin, 2013, p.28)]

[Citações com mais de 3 linhas devem seguir padrão ABNT: Fonte tamanho 11; recuo de 4 cm da margem esquerda; espaçamento das entrelinhas da citação deve ser simples. Ex:

Ao ler histórias de ficção, mergulhamos no universo que nos é contado. Esse universo contado para nós não é moldado a partir do nada, mas é criado com base no modelo que o autor e, num espectro mais amplo, a sociedade em que o autor habita possuem sobre a realidade e suas vicissitudes. Nessa perspectiva, é possível afirmar que as histórias dos super-heróis são uma espécie de “janela da realidade” a partir da qual temos acesso a um mundo ficcional, calcado no real (Reblin, 2013, p.28)

 

 

[Imagens devem ser inseridas no texto, centralizada, com legenda acima da imagem e fonte abaixo, ambas com fonte 10. Título da imagem em negrito. As fontes das imagens devem constar também na relação de Referências ao final do texto. Ex.

 

Quadro 1 - Título do quadro

 

Atividade

Tipo

Quantidade realizada

 

Percepção

Leitura de Quadrinhos

Álbuns 

5

 

Materialidade

Leitura de E-Comics

Tiras

8

 

Dispositivo

 

Fonte: (pode ser uma referência ou decorrente da pesquisa de campo)

 

 

 

Figura 1Capa da HQ Persépolis



Fonte: Quadrinhos na Cia, 2007.

Referências

Fonte times new roman 12, espaçamento 1cm, entrelinhas simples, alinhamento à direita.

Impressos

SOBRENOME, Nome. Título: subtítulo (se houver). Edição (se houver). Local de publicação: Editora, ano de publicação da obra. 

Exemplos:

SATRAPI, Marjane. Persépolis. São Paulo: Quadrinhos na Cia, 2007.

ARUZZA, Cinzia; BHATTACHARYA, Tithi; FRASER, Nancy. Feminismo para os 99%: um manifesto. São Paulo: Boitempo, 2019.

Online

SOBRENOME, Nome. Título do material. Negrito para a fonte principal (site/revista/periódico, etc.), volume, página, ano.  link, data de acesso. 

Exemplo:

SANTOS, Mariana Oliveira dos; GANZAROLLI, Maria Emília. Histórias em quadrinhos: formando leitores. Transinformação, v. 23, n. 1, p. 63-75, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-37862011000100006&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 20 jan. 2021



[1] [Última titulação e vinculação acadêmica em nota de rodapé na primeria página, fonte times new roman 10, espaçamento simples, não ultrapassar duas linhas para cada autor/a, incluir link de orcid. E-mail opcional]