No número 6 da revista do Homem-animal, Grant Morrisson foi
obrigado a encaixar o título na mega-saga do ano, Invasão. Afinal, Crise tinha
sido um sucesso absoluto, catapultando as vendas da DC, então todo ano a
editora precisava ter uma mega saga envolvendo todos os seus títulos.
Morrisson resolveu a situação colocando o herói em rota de
colisão com os thanagarianos, mas fez isso de uma forma que só Grant Morrison
faria.
A trama é baseada na geometria fractal. O conjunto Mandelbrot inclusive aparece na história. |
Na trama, um artista thanagariano vai fazer uma performance que incluirá um poema sísmico sobre uma falha geológica do planeta, provocando terremotos e inundações. E transformará isso numa obra de arte fractal: “Uma imagem fractal é aquela que revela mais detalhes, mais informação, à media que se examina mais de perto. Pode ser ampliada indefinidamente e revelar complexidade inesgotável. Ocorreu-me que a própria vida poderia ser vista como uma forma fractal. Uma noção interessante, concorda? E assim fiz a bomba”, explica ele para um atônito Homem-animal.
A teoria do caos tinha surgido há pouco tempo e com certeza
essa foi a primeira vez que muitos leitores ouviram falar da geometria fractal,
o que por si só demonstra a vanguarda de Morrison. E ele consegue construir uma
narrativa em que o assunto se encaixa de forma natural e, apesar de vários
diálogos um pouco mais complexos, a trama é facilmente compreensível e até
divertida, incluindo a agonia do herói ao tentar desarmar a bomba.
O Homem-animal precisa impedir que a bomba fractal exploda. |
Nas três primeiras páginas vemos o artista em Thanagar se
preparando para inciar a obra. É desse trecho que saiu a frase emblemática que
a Panini colocou como epígrafe do capítulo: “Sou o pássaro da morte, feito de
pedra e cuja pulsação mede o tempo geológico. Sinto-me invencível, capaz de
qualquer coisa. E no fim só uma coisa importa: a performance”.
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