segunda-feira, janeiro 29, 2024

Homem-animal – Aves de rapina

 
No número 6 da revista do Homem-animal, Grant Morrisson foi obrigado a encaixar o título na mega-saga do ano, Invasão. Afinal, Crise tinha sido um sucesso absoluto, catapultando as vendas da DC, então todo ano a editora precisava ter uma mega saga envolvendo todos os seus títulos.

Morrisson resolveu a situação colocando o herói em rota de colisão com os thanagarianos, mas fez isso de uma forma que só Grant Morrison faria.


A trama é baseada na geometria fractal. O conjunto Mandelbrot inclusive aparece na história.


Na trama, um artista thanagariano vai fazer uma performance que incluirá um poema sísmico sobre uma falha geológica do planeta, provocando terremotos e inundações. E transformará isso numa obra de arte fractal: “Uma imagem fractal é aquela que revela mais detalhes, mais informação, à media que se examina mais de perto. Pode ser ampliada indefinidamente e revelar complexidade inesgotável. Ocorreu-me que a própria vida poderia ser vista como uma forma fractal. Uma noção interessante, concorda? E assim fiz a bomba”, explica ele para um atônito Homem-animal.

A teoria do caos tinha surgido há pouco tempo e com certeza essa foi a primeira vez que muitos leitores ouviram falar da geometria fractal, o que por si só demonstra a vanguarda de Morrison. E ele consegue construir uma narrativa em que o assunto se encaixa de forma natural e, apesar de vários diálogos um pouco mais complexos, a trama é facilmente compreensível e até divertida, incluindo a agonia do herói ao tentar desarmar a bomba.

O Homem-animal precisa impedir que a bomba fractal exploda.


Nas três primeiras páginas vemos o artista em Thanagar se preparando para inciar a obra. É desse trecho que saiu a frase emblemática que a Panini colocou como epígrafe do capítulo: “Sou o pássaro da morte, feito de pedra e cuja pulsação mede o tempo geológico. Sinto-me invencível, capaz de qualquer coisa. E no fim só uma coisa importa: a performance”.

Sem comentários: