quinta-feira, fevereiro 29, 2024
Guerra Secretas: o gibi que marcou o fim da casa da idéias
Com amor, Van Gogh
Conan e Elric
Quando começou a escrever Conan, Roy Thomas passou a colecionar livros de espada e magia “tão rápido quanto eles eram impressos”. Entre os vários personagens, um dos que mais chamaram sua atenção foi Elric de Melniboné, do autor britânico Michael Moorcock. O roteirista pensou: por que não promover um encontro de Elric com Conan? Os dois eram extremos opostos em tudo. Conan é forte, musculoso, Elric magro e fraco. Conan odeia magia, Elric é um mago.
Munido de uma tremenda cara de pau, Thomas escreveu para Moorcock perguntando se ele topava escrever uma história promovendo o encontro dos dois personagens por um valor irrisório. Surpreendentemente, o autor inglês topou. Na verdade, como Thomas descobriria depois, a história foi escrita por um amigo de moorcock, Jim Catwthorn. Mas mesmo assim era uma oportunidade incrível de unir, numa revista ainda incipiente, que lutava contra o cancelamento, dois dos mais importantes personagens do gênero.
A história começa com uma donzela em perigo. |
Essa história, roteirizada por Thomas e desenhada por Barry Smith foi publicada em Conan the barbarian 14 e 15.
A trama, como uma boa história de espada e magia, começa em plena ação: uma mulher está sendo perseguida por cavaleiros misteriosos e Conan resolve intervir. Ao salvá-la, descobre que se trata de Zephra, filha do feiticeiro Zukhala. Conan havia enfretado o feiticeiro no número 5 da revista e a garota se apaixonara por ele.
Dois heróis se encontram? É briga na certa! |
Mas, depois da desconfiança inicial, Conan descobre que zukhala está mudado. Ele não tem mais seus poderes, que usava para aterrorizar aldeões. E sua índole também mudou. Seu objetivo agora é salvar dois mundos da feitiçaria da Imperatriz Verde, uma antepassada de Elric que aterrorizara Melniboné e fora trancafiada num castelo no fundo de um lago. Em troca de ouro, Conan deverá impedir que ela seja despertada.
Claro que Conan e Zaphira vão se encontrar com Elric, que está indo para o mesmo lugar, o que inicialmente coloca os dois em combate, em consonância com a regra de ouro da Marvel: sempre que dois heróis se encontrem pela primeira vez eles devem lutar. Mas logo eles unem forças para impedir a destruição de dois mundos.
A primeira aparição da Imperatriz. |
O ápice da história é quando eles entram no castelo e encontram o feiticeiro Kulan-Gath promovendo um feitiço que irá despertar a Imperatriz Verde. Thomas joga muito bem com o suspense e Barry Smith cria uma batalha realmente empolgante. A página em que ela surge pela primeira vez é impressionante. Barry Smith consegue fazê-la linda e ao mesmo tempo aterrorizante, os pés delicados, a expressão de ódio, as mãos como garras. O texto de Thomas destaca ainda mais o momento: “Temam como nunca dantes, mortais... pois, em meio ao fulgor verdejante, uma tumba ancestral está desmoronando. Enfim ela ressuscitou! Terhali, a imperatriz verde e melniboné... reviveu!”.
Uma curiosidade é que na época, nas edições de bolso lançadas nos Estados Unidos, elric aparecia um chapéu cônico nas capas e os dois autores colocaram o personagem usando esse chapéu na história. Só anos depois Roy Thomas descobriu que Moorcock odiava esse chapéu, uma invenção dos editores americanos. Mas aí já era tarde demais.
Supermoça, de Peter David e Gary Frank
Roteiro para quadrinhos: a ambientação
Perry Rhodan - sob as estrelas de Druufon
Uma das características que fazem da série Perry Rhodan
admirável é o fato de a história ter sido planejada de forma que algo que
acontecia em um volume muitas vezes tinha consequências muitos livros depois.
Exemplo disso acontece no primeiro ciclo, quando um sargento, tentando se
esconder dos saltadores, pousa em uma lua e encontra o que parece ser uma bola
inteligente capaz de mostrar fatos que estariam acontecendo em qualquer outro
local do universo.
Esse personagem misterioso vai reaparecer no número 76 da
série. Rhodan percebe que na guerra contra os druufs precisa de um aliado capaz
de descobrir o que acontece na dimensão deles e manda um dos seus oficiais
procurar o mistério ser esférico. Esse ser passa a ser chamado de Harno, em
homenagem ao sargento que o descobriu, Harnahan.
Uma curiosidade é que esse ser diz conhecer Rhodan, mas não lembra de onde, o que joga um mistério para ser resolvido lá na frente, deixando o leitor em suspense, como fazem os bons autores.
Esse livro, aliás, é escrito pelo ótimo Clark darlton, que
consegue dar verossimilhança para um plano Maluco de Rhodan: aliarse aos
druufs.
Para isso ele ataca naves arconidas, salvando uma nave dos
seres da outra dimensão temporal e seguindo os até aquela dimensão.
Parece um plano destinado ao fracasso desde o primeiro
minuto, mas acaba se revelando uma jogada acertada no xadrez cósmico.
quarta-feira, fevereiro 28, 2024
Livro infantil Os gatos
Os incríveis 2
Uma dica para os"especialistas" em George Orwell
Com essa febre Bozo tenho visto muitas pessoas que se dizem especialistas em Orwell usando-o para justificar ditaduras e até mesmo o projeto escola sem partido. "Especialistas" que só devem ter lido 1984 e Revolução dos bichos.
Vai uma dica de leitura: A filha do reverendo, um livro escrito por Orwell exatamente para criticar os defensores de projetos como o Escola sem partido. No livro, uma moça trabalha como professora e é denunciada pelos pais por encenar com seus alunos a peça MacBeth, de Shakespeare. A moça acaba perdendo o emprego e é execrada porque, segundo os pais, estaria ensinando sexo para as crianças, já que a peça tem uma referência ao parto. O livro analisa como as convicções dos pais podem fazer uma peça teatral clássica ser ser vista como uma aula sobre sexo.
Fica a dica de livro para os "especialistas" em Orwell.
Introdução à metodologia científica
A Balsa da Medusa
Embora a Medusa transportasse 400 pessoas, incluindo 160 tripulantes, os barcos só tinham espaço para cerca de 250 pessoas. Os outros 146 homens e uma mulher, amontoaram-se numa jangada feita às pressas. Tinham para comer apenas um saco de biscoitos. Para beber, dois barris de água (que se perderam no mar depois de uma briga) seis barris de vinho. Foram 13 dias à deriva até serem encontrados por acaso por um navio francês que passava pela região. Para sobreviver, tiveram que recorrer até mesmo ao canibalismo. O quadro mostra o momento em que os sobreviventes avistam o barco que os resgataria.
A história na época gerou grande comoção na opinião pública francesa. Gericault pintou o tema com grande emoção e, embora retratasse pessoas normais, a imagem é épica (reforçada pela escolha de colocar a cena no meio de uma tempestade), duas das características do romatismo nas artes, além do tema social. Uma curiosidade: Delacroix, que viria a ser o grande nome do romantismo era amigo de Géricault e pousou para o amigo (é a figura caída em primeiro plano, com o braço estendido).
A arte impressionante de Hieronymus Bosch
Hieronymus Bosch foi um pintor e gravurista holandês que se especializou em cenas grandiosas, detalhistas e extremamente simbólica. Sua obra, profundamente influenciada pela moral cristã, dedicava-se a mostrar o vício, o pecado, o inferno e todos os temores que afligiam o homem medieval. Seu trabalho teria sido uma das grandes influências dos pintores surrealistas.
Batman – o segredo dos túmulos vazios
A dupla Denni O´Neil e Neal Adams foi uma das mais importantes de todos os tempos para o Cavaleiro das Trevas, a ponto de mudar completamente a maneira como o herói era visto pelos leitores.
Um exemplo dessa sinergia pode ser vista em Detetive Comics 395, a primeira da dupla.
A vilã é uma belíssima mulher. |
Na história, um casal de milionários está realizando uma festa num cemitério quando começam a ocorrer atentados contra um dos convidados, Pedro Valdes. No primeiro deles, falcões treinados arrebentam seu balão, fazendo com que ele desabe.
Por trás de toda essa trama está o casal de anfitriões, encabeçado pela belíssima e ardilosa Senhora Dolores Muertos.
Neal Adams mostra todo o seu talento na sequência da alucinação provocada pelas flores. |
A história já começa empolgante com um texto de ambientação exemplar: “Ouça o vento soprar como uma alma atormentada... veja a magnitude da lua pálida... respire fundo e sinta o odor da morte...”, seguido de uma cena de ação que de tirar o fôlego.
É curioso perceber como os roteiristas da época tinhama tendência de colocar títulos enormes. Outra curiosidade é que, embora o nome do Robin apareça no título da revist, o personagem não aparece uma única vez na história.
Recanto dos amigos
Recanto dos amigos é um dos balneários mais próximos de Macapá. Situado a 17 km da cidade, pouco depois da lixeira pública, ele é banhado pelo rio Matapi. A correnteza normalmente não é muito forte, além disso, a estrutura conta com rampas, que tornam o diversão mais segura, especialmente para quem não sabe nadar e para crianças. A área coberta é ampla e permite até mesmo armar uma rede para descansar. A comida é de ótima qualidade, com destaque para os peixes.
Por ser próximo da cidade, o local é point de ciclistas, que param no local para tomar um generoso café da manhã.
O local é totalmente família, sem som alto e sem bêbados.
Para chegar ao local é fácil. Pegue a BR e preste atenção às placas. O ramal fica à esquerda, alguns quilômetros depois da lixeira pública. É possível falar diretamente com o dono, senhor Ismael, pelo número (96) 991283718. Aliás, outro dos destaques do local é simpatia do dono e dos funcionários.
Confira algumas fotos do local.
A rampa dá sergurança para crianças e pessoas que não sabem nadar. |
A paisagem é bucólica. |
As crianças se divertem a valer. |
A comida é bem servida e feita em fogão a lenha. |
Que tal apreciar um camarão à beira do rio? |