A idéia de karma é
comum a muitas religiões. Segundo ela, o que nos acontece é fruto das nossas
ações anteriores. É equivalente à noção da ação e reação da física: a toda ação
corresponde uma reação, em sentido contrário. Se chutamos uma parede, sentimos
o pé doer. Se fizermos um carinho em alguém, receberemos em troca reações de
carinho.
Segundo essas religiões, o universo é governado
por uma lei segundo a qual uma pessoa boa terá, como recompensa de suas boas
ações, coisas boas (saúde, felicidade, sucesso) e pessoas más terão o oposto,
seja nesta ou em outra vida.
Visto por esse prisma, um bom karma pode parecer
algo positivo, mas não é. O karma, positivo ou negativo, leva a pessoa a ficar
presa a uma roda de reencarnações sucessivas – a sansara – e impede a evolução
para estágios mais avançados.
Como solucionar esse problema?
A resposta foi dada por Krishna, que os Hindus
consideram ser a mesma alma que depois reencarnaria como Buda e Cristo. Aliás,
as semelhanças com a história de Jesus são surpreendentes. Segundo a lenda,
Krishna nasceu em um estábulo, sendo filho de uma mãe virgem. Foi perseguido
por um rei que, para eliminá-lo, mandou matar todas as crianças, mas salvou-se.
Um dia, levado ao templo, deslumbrou os sacerdotes com sua sabedoria.
Para Krishna, a única maneira de nos livrarmos
da roda de nascimentos e mortes é dedicarmos nossas ações a Deus. A atitude
mental é importante porque se fizermos as coisas sem querer nada em troca, não
acumulamos karma.
Como diz Krishna no livro Bhagavad-gita:
“Dedica-te à obra exclusivamente, jamais a seus frutos. Tuas ações não devem ser
motivadas pelo proveito que possam trazer; não deves tampouco te abandonares à
inação. Executa tua obra sem apego ou interesse, permanecendo o mesmo qualquer
que seja o resultado, feliz ou adverso”.
Independente de se acreditar ou não nesta ou naquela religião, há de se convir que essa idéia traz em si a semente da felicidade. Se todas as pessoas (principalmente os políticos) executassem suas ações com desapego, sem pensar no proveito próprio, viveríamos muito mais felizes.
Sem comentários:
Enviar um comentário