Deste lado do paraíso é um dos episódios que melhor exemplificam a essência de Jornada nas estrelas.
Na história, a Entreprise chega a um planeta para resgatar colonos. O localestá sendo bombardeado por raios mortais. Mas, ao descer, descobrem que todos estão saúde absolutamente perfeita – inclusive doenças pré-existentes desapareceram – e muito felizes com o local, onde vivem como lavradores. Parece haver, no entanto, algo de podre no paraíso: além dos humanos não há nenhum tipo de animal, nem mesmo insetos, apenas plantas.
No planeta, Spock reencontra uma moça que era apaixonada por ele, mas que não era correspondida. Ela mostra ao Vulcano a origem da saúde dos colonos: flores que soltam esporos. Esses esporos deixam os hospedeiros num estado de total felicidade e saúde. Com o tempo, todos os tripulantes da Enterprise são infectados, menos Kirk.
Escrito pela grande roteirista DC Fontana, o episódio discute a questão da felicidade. Embora a felicidade seja o objetivo primordial da humanidade, ela nunca é alcançada e é o fato dela ser inalcançável que faz com que a humanidade se mova em busca de novos desafios, de conquistas, de criar coisas novas, de evoluir. Talvez o mais importante na felicidade seja o processo para alcançá-la. Uma das possíveis conclusões do episódio é de que a felicidade que é dada gratuitamente não tem valor.
O episódio é feliz ao focar no casal Spock e Leila (interpretada pela bela atriz Jill Ireland). A fotografia mostra a personagem em todos os momentos com um beleza idealizada, perfeita, como se seu rosto refletisse a feição do paraíso. Ao colocar Spock como seu par romântico, o roteiro explora tensão entre a frieza racional do Vulcano e seu lado emocional. E, na parte posterior, o casal representa bem o dilema daqueles que precisam abandonar o paraíso.
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