sexta-feira, abril 19, 2024

Xisto e o pássaro cósmico



O sucesso das aventuras de Xisto levou a escritora Lúcia Machado de Almeida a produzir duas outras obras com o personagem, Xisto no espaço e Xisto e o pássaro cósmico.

Esse último foi inicialmente publicado como Xisto e o saca-rolha. Quando resolveram lançar na coleção Vaga Lume, os editores devem ter percebido que aquele não era um bom título e mudaram, dando ênfase ao pássaro cósmico inclusive na capa.

Na trama, um disco voador explode e cai no mar, próximo ao país governado por Xisto. Dos destroços surge um belíssimo pássaro azul: “Era linda e media cerca de dois metros com as asas abertas. Uma levíssima penugem azul cobria-lhe o corpo todo como se feito de lamê brilhante”, escreve Lúcia Machado de Almeida.

Xisto chega a dar uma festa para mostrar a novidade para a população, mas a ave morre, deixando, no entanto, um ovo.

Algum tempo depois uma plantação é arrasada por algo que parece uma mola e esse mecanismo (ou ser) estranho começa a provocar grande estragos no reino. Ao mesmo tempo, várias fatos estranhos começam a ser observados, como copos que se levantam sozinhos, garrafas de leite que se esvaziam sozinhas e outros fatos semelhantes. Os dois fatos, embora muito diversos, parecem estar de alguma forma relacionados.

De todos os livros da série, esse é o menos interessante. A escritora reutiliza algumas estratégias de outros livros, o que torna relativamente fácil adivinhar o que está acontecendo. Outro problema é que, nos livros anteriores, Xisto enfrentava diversos perigos em sequência, numa verdadeira jornada. Aqui, temos só um perigo (o Saca-rolhas), o que torna a trama menos interessante.

Claro que nada disso tira o charme da obra. Lúcia Machado como sempre consegue misturar vários fatos científicos como forma de construir sua narrativa e o faz de forma natural, sem que pareça forçado ou didático.

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