O Doutor Estranho pode não ser o personagem mais popular da Marvel, mas certamente é um um mais interessantes. Ele teve duas fases memoráveis. Uma na década de 60, sob a batuta de seu criador Steve ditko e outra na década de 70, nas mãos de engelhart e Brunner. Mas na década de 80 o herói ganhou uma nova e simpatica fase com roteiro de Roger Stern.
Stern é aquilo que no cinema chamam de artesão talentoso. Não é genial, mas também não decepciona.
É essa fase que a Salvat reúne no volume dedicado ao Dr estranho vida coleção Os heróis mais poderosos da Marvel.
Stern não resgata as características psicodélica do personagem, mas entrega um herói simpático. Os ótimos desenhos de Paul Smith também contribuem para tornar a história agradável.
Na história o Dr estranho ajuda sua assistente Cléa a lutar contra uma feiticeira que domina a dimensão das trevas. A vilã, alias, é irmã de Dormanu, o eterno inimigo do mago supremo.
A história começa com uma outra trama, bem regular, focada no Cavaleiro Negro, mas logo ganha fôlego quando Strange vai para a dimensão da feiticeira.
Embora Paul Smith não seja tão eficiente em fazer sequências surreais e psicodélica, ele usa bem um recurso que tornou o Dr estranho um personagem diferente de todos os outros magos dos quadrinhos: tornar a magia visual. Os feitiços se tornam imagens geométricas ou fluxos de energia que fluem pela página.
O volume incluí também a primeira história do herói, publicada em strange Tales 110. Uma pérola da síntese: em cinco páginas, Lee e ditko apresentam o personagem, criam e resolvem uma trama repleta de senso de mistério.
E, para fechar a revista, um conto escrito por Peter Gillis no qual o doutor encontra Beyonder em sua forma humana. Embora curta, é um dos melhores momentos do volume, com uma HQ intimista e texto que lembra muito o estilo britânico. Pena que o desenho de Mark badger não ajude.
Sem comentários:
Enviar um comentário