Com o lançamento de Sandman na Netflix, Neil Gaiman veio a público comentar que o primeiro lugar em que o mestre dos sonhos foi reconhecido foi no Brasil.Foi também o primeiro lugar em que ele foi tratado com uma celebridade. Isso aconteceu em 1995, no prêmio HQ Mix e eu estava lá.
A editora Globo trouxe ele e o tratamento realmente era de um astro pop, inclusive na entrevista coletiva (eu participei da coletiva porque trabalhava na Folha de Londrina).
Na época o que me chamou muita atenção foi que na enorme fila de autógrafos que se formou, a maioria era de garotas, um público que não costumava ler quadrinhos. Era uma época de grande interesse por magia e mitologia e Gaiman soube aproveitar a onda fazendo um gibi que refletia esses temas e ao mesmo tempo tinha uma linguagem que se aproximava do público feminino – ao contrário da grande maioria dos quadrinhos da época.
Eu tive um péssimo professor de fotografia na faculdade e nunca aprendi exatamente como lidar com uma máquina profissional, de modo que as fotos ficaram horríveis e o editor optou por colocar uma montagem com quadrinhos na matéria.
Mas essa foto tem uma história: quando fui revelar, a moça do jornal responsável por isso me perguntou se o fotografado era um astro de rock. Aí percebi que Gaiman tinha mesmo pinta de rock star.
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