Quando Natália Muniz me disse que aceitava desenhar mais um conto do meu livro Mazagão, criei uma história especificamente pensando nela e na sua incrível capacidade para desenhar lendas amazônicas e mais especificamente a cobra grande.
Era um
conto sobre dois irmãos que se odiavam. Era apenas uma história a mais, toda
baseada numa ideia de ilustração, mas quando o escrevi e fui ler, tornou-se um
dos meus contos prediletos na antologia.
A história
é escrita como se fosse uma reportagem da revista Realidade, talvez a melhor
revista jornalística já lançada no Brasil. Meu grande sonho sempre foi
trabalhar na Realidade. Um sonho impossível, claro, uma vez que a revista
acabou quando eu tinha apenas três anos.
Assim, “É
cobra, te juro!”, foi, de certa forma, a realização de um sonho. E acho que a narrativa se aproximou muito da
mistura de literatura e jornalismo característico da Realidade. Pela junção
desses dois fatores (a belíssima ilustração da Natália e a narrativa na forma
de reportagem), esse é, provavelmente, o meu capítulo predileto em Mazagão.
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