quinta-feira, setembro 19, 2024

Planeta dos macacos - a origem

 

 


Planeta dos Macacos é uma grata surpresa. Depois dos cinco filmes das décadas de 1960 e 1970 e do fiasco da versão do Tim Burton, eu duvidava muito que ainda se pudesse fazer algo de bom com a franquia. Afinal, o impacto do filme original hoje é impossível: todo mundo sabe que o Planeta dos Macacos é a Terra. E boa parte do apelo dos filmes seguintes também podem se perder nos dias de hoje: na revolucionária década de 1970, muitos jovens que queriam mudar o mundo se identificavam com a revolução símia levada às ruas pelo macaco inteligente César. 
Neste novo filme, os macacos não são usados como escravos, mas a arrogância humana continua sendo o impulso que leva os macacos a se revoltarem. A explicação para César ser tão inteligente é também melhor trabalhada (na série original, ele era um paradoxo temporal, já que era filho de macacos inteligentes que haviam viajado para o passado): agora, ele é resultado de uma pesquisa científica. 
O cientista interpretado por James Franco e seu  pai dão um tom adequado, já que o filho procura a cura do pai, doente de Alzheimer. Depois que uma macaca ataca pessoas, a experiência é suspensa e os macacos mortos, mas o cientista acaba criando o filhote para evitar que ele morra. 
Essa primeira parte do filme, muito bem desenvolvida, trabalha a relação cientísta-pai-macaco com um forte toque humano e comovente. A interpretação de Andy Serkis, que faz o macaco Cesar, é fundamental nessa fase. A nova tecnologia permite que suas expressões faciais sejam capturadas pelo computador e transformadas nas expressões de um símio. Diante dele, a maquiagem ganhadora do Óscar do primeiro Planeta dos Macacos parece uma máscara sem expressão. 
A trama vai se desenvolvendo de forma que o expectador mal percebe e quando a ação irrompe, ela parece uma consequência direta do que veio antes, e não uma simples exibição de efeitos especiais, como temos visto tantas vezes. 

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