Como produzir um episódio memorável de Jornada nas estrelas com quase nenhum efeito especial, muitos poucos cenários e poucos atores? Foi esse desafio que o roteirista Lee Erwin e o diretor Herb Wallerstein levaram a cabo no episódio o “Castigo dos deuses”, da teceira temporada.
Na história, Kirk e Spock descem a um planeta manicômio para onde levam um remédio que poderá curar os loucos, entre eles um ex-capitão de nave estelar, Garth, que, após um acidente, passou a desenvolver sonhos megalomaníacos de se tornar o mestre de todo o universo. Sua própria tripulação se revoltou contra ele quando ele ordenou a destruição de um planeta pacífico.
Ocorre que Garth aprendeu a criar uma ilusão na qual pode se fazer passar por qualquer pessoa. Usando do artifício, ele conseguiu tomar o lugar do diretor do hospital psiquiátrico. Seu plano é usar a Enterprise como meio para seus planos loucos.
Ocorre que, após aprisionar Kirk e Spock e tomar a aparência de Kirk, ele descobre que o capitão se precaviu deixando uma senha (Rainha – Rainha nível 3) que deve ser respondida com uma contrassenha.
Segue-se toda uma série de sequências de tentativas de conseguir a contrassenha que envolvem tortura física, tortura psicológica e engodo. O enredo, muito bem elaborado, trabalha muito bem esse gênio enlouquecido com reviravoltas e até uma sequência maravilhosa em que Spock deverá decidir quem é o verdadeiro capitão Kirk.
No entanto, quem se destaca no episódio é Marta, interpretada por Yvonne Craig. Ela faz uma das pacientes do hospital que aderem ao ditadura Garth, tornando-se seu par romântico ao mesmo tempo em que flerta com Kirk. Sua atuação é memorável pela complexidade que ela dá à personagem de muitas facetas: sensual, rebelde, louca, impresível, apaixonada. Numa comparação atual, ela lembra muito a Arlequina de Margot Robbie. Curiosidade: como a ideia era mostrar que ela era uma alienígena, os maquiadores a pintaram toda de verde (exceto a sola dos pés, que aparecem em alguns takes).
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