Minha fama de mau é o nome de uma das músicas mais emblemáticas de Erasmo Carlos. É também o título da cinebiografia do cantor, dirigida por Lui Farias, disponível na Netflix.
O início já deixa claro o tom do filme. Alguns
amigos vão roubar canos de metal de uma casa abandonada e são pegos pela polícia.
Quando estão sendo revistados, se deparam com uma festa onde jovens dançam ao
som de rock. A sequência eletrizante inclui desde música da época até desenhos
dos personagens. No grupo estavam dois nomes fundamentais para a música
brasileira: Erasmo Carlos e Tim Maia.
Além de desenhos, o filme inclui a quebra da
quarta parede, com o próprio Erasmo aparecendo diante das câmeras para comentar
ou apresentar fatos de sua vida – o que aqui, só contribui para o clima geral
de euforia da jovem guarda. Como é uma narrativa do próprio Erasmo, há uma
condencedência óbvia. Tudo é visto como maravilhoso, como as lembranças de alguém
que viveu seus momentos mais felizes no
ritmo do iê-iê-iê.
Há momentos curiosos, como a relação conflituosa
e ao mesmo tempo harmoniosa com Tim Maia, que lhe ensina os três acordes com os
quais ele compõe a maioria dos seus sucessos, ou quando ele vê a oportunidade
de substituir Carlos Imperial na rádio e usa o espaço para fazer propaganda...
de Erasmo Carlos.
A narrativa também inclui inserts do programa
de rádio Mexericos da Candinha e uma entrevista em um programa de TV na qual
nitidamente os entrevistadores são avessos à jovem guarda.
Chay Suede tem uma boa atuação como Erasmo, mas
eu destacaria Gabriel Leone, que faz um Roberto Carlos muito mais simpático do
que Roberto Carlos jamais foi. Como essa é uma narrativa feita pelo melhor
amigo de Roberto, faz todo o sentido. Não é por acaso que o filme termine
exatamente com a reconciliação dos dois após o ocaso da jovem guarda.
Embora seja um bom final, ele acaba deixando
de fora uma das fases mais efervecentes do protagonista, a década de 1970.
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