No número 5 da revista The Incredible Hulk fica claro que Stan Lee e Jack Kirby ainda não sabiam o que fazer com o personagem.
A revista trazia duas histórias, as duas com versões muito diferentes do golias esmeralda que conhecemos atualmente.
Na primeira, um tal de Tiranus foi banido ao interior da terra por Merlim e lá encontrou uma legião de seres dispostos a servi-lo de todas as formas possíveis. É curioso como o interior da Terra era movimentado nessa época e como sempre havia seres dispostos a se transformarem em escravos de qualquer um que aparecesse por lá. O Toupeira que o diga.
O Hulk dessa época era falador e sabia usar armas. |
Aparentemente, a única coisa entre Tiranus e o domínio do mundo é o arsenal atômico dos EUA e para neutralizar isso, ele pega Betty Ross como refém. Aparentemente, ele só queria conquistar os EUA, já que não se preocupava com o arsenal atômico russo. Além disso, uma única refém seria o suficiente para que o governo dos EUA entregarem o país nas mãos de alguém chamado Tiranus?
Rick Jones e Hulk vão ao seu encalço, mas o Hulk é neutralizado pelo seu amor por Betty Ross, sendo transformando em prisioneiro e até escravo. Hoje em dia isso parece no mínimo estranho.
Mas o mais espantoso é a aventura seguinte, As ordas do general Fang!
A aventura é uma nítida referência à tomada do Tibet pela China. O Lama é avisado de que o exército chinês está se aproximando, chefiado pelo impiedoso general fang e pede ajuda internacional.
Só quem vai em seu socorro é Bruce Banner.
O general Fang era fanho? |
E aí começam os problemas. Nas primeiras histórias, Banner se transformava em Hulk durante a noite. Nesta história, sem nenhuma explicação anterior, ele começa a se transformar usando um aparelho acionado pelos pés. Além disso, o Hulk que emerge é inteligente, a ponto de ler livros e fazer estratégias (a estratégia criada por ele é se disfarçar de abominável homem das neves (Ok, talvez isso não seja uma estratégia muito inteligente). Além disso, o personagem resolve viajar até o local e ao invés de se transformar novamente em Bruce Banner, faz isso como o Hulk, o que gera o maior confusão no avião, cujo final não é mostrado.
Disfarçar-se de Abominável Homens das Neves. Que ideia, genial, Hulk! |
Além disso, não havia um modo de falar característico do personagem. Na verdade, seu jeito de falar era muito parecido com o do Coisa: “Chegamos em Formosa! Vou parar um pouco para recuperar o fôlego! No próximo salto, chegaremos na China vermelha! Você ainda está aí, pivete?”.
A revista mostra que Kirby e Lee estavam tateando, tentando encontar o tom e as características do personagem. Apesar disso, o clima divertido, que não se levava muito a sério, faz com que seja ainda hoje um prazer ler a história.
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