domingo, outubro 27, 2024

Perry Rhodan – O flagelo do esquecimento

 


O capítulo 36 da série de ficção científica Perry Rhodan se passa em plena guerra dos saltadores contra Perry Rhodan. Os números anteriores mostraram que os chefes de clãs haviam se reunido no planeta Goszul afim de decidir o destino a Terra.

Os mutantes John Marshall, Tako Kakuta, Kitai Ishbashi e Tama Yokida haviam se infiltrado em uma nave e penetrado na reunião com objetivo de fazer com que os mercadores acreditassem que seria suicídio atacar os terranos.

Em O flagelo do esquecimento, os mutantes, com a ajuda de Gucky, colocam em ação o plano de Rhodan para livrar o planeta dos saltadores, libertando os habitantes locais de um longo período de jugo.

O plano já está expresso no título: espalhar no planeta uma doença do esquecimento. Como explica Perry Rhodan à certa altura: “Todo homem que entrar em contato com a bomba, manifesta logo sintomas de uma doença desconhecida. Placas vermelhas no rosto, dores na nuca, sensação de cansaço etc. Mas o pior vem ainda: o cérebro da pessoa atingida não funciona mais direito. Não poderá se lembrar mais de nada”.

Para que os saltadores não desconfiem que se trate de uma guerra bacteriológica, o que de fato é, os mutantes infectam primeiro os habitantes locais do planeta e são esses que passam a doença para os invasores.

Alguém da equipe editorial responsável pela publicação de Perry Rhodan deve ter pensando: “Ei, fazer uma guerra bacteriológica não é algo digno de um herói”. Ou talvez tenha sido o próprio organizador dos volumes, K. H. Scheer.

A capa original alemã. 


A solução: há um antídoto, que faz com que a pessoa volte a ter memória. Mesmo assim, deve ter parecido muito cruel usar os pobres habitantes de Goszul como vetores. Aí veio o acréscimo: a doença não só era curável com um soro, como ainda aumentava a inteligência dos curados em 20%, algo bem a calhar para os habitantes do planeta.

Lá pelo final surge mais um dilema ético: os saltadores poderiam espalhar a doença por outros planetas, provocando uma pandemia universal. Aí mais uma vez o autor Clark Darlton cria uma explicação, na voz de Perry Rhodan: depois de algum tempo a memória volta, independente do soro.

Embora tenha uma boa trama de aventura, O flagelo do esquecimento chama mais atenção pelos dilemas éticos levantados pela trama.  

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