quinta-feira, novembro 07, 2024

Perry Rhodan – Estação sideral do nada

 


O segundo volume do quinto ciclo de Perry Rhodan é uma típica ficção científica hard, em que os acontecimentos giram todos em torno de fatos científicos, ou de elocubrações a partir dele. Não por acaso, a história é escrita por Kurt Mahr, o autor mais ligado a questões científicas.

Na história, a Crest está presa em um planeta distante depois de ser transportada pelo sistema de seis planetas. A nave não está em condições de decolar e o planeta está se desfazendo. Ou seja: é uma armadilha mortal.

O protagonista da história é um tenente, Conrad Nosinsky, enviado para coletar informações sobre o raio emitido pelo planeta, que parece ser, também, a causa da destruição do mesmo.

Há boas sacadas, como quando Nosinsky entra no perímetro de ação do raio e descobre que está num campo de distorção temporal. O tempo para ele corre de maneira mais lenta que a do piloto da nave enviada para manter contato. Os dois se comunicam através de bilhetes. O piloto fora do campo temporal segura seu bilhete por um longo tempo, mas mesmo assim, para Nosinsky, o papel é retirado tão rápido que ele mal tem tempo de ler.



Mas a parte mais hard é quando toda a água da Crest desaparece. Mahr explica isso através de uma mudança nos átomos de hidrogênio, e acompanha essa informação de uma longa explicação sobre a forma como a junção do hidrogênio e do oxigênio forma a água.

Essa tendência a escrever uma FC mais hard fazia com que os primeiros livros de Kurt Mahr fossem muito chatos, mas ao longo da série ele foi aprendendo a temperar esse aspecto com uma boa narrativa. Aqui, por exemplo, ele utiliza diversos ganchos que ajudam a prender a atenção do leitor, como em: “Isso aconteceu cerca de dez minutos, ou alguns segundos segundo a escala de tempo de Conrad, antes que se verificasse a catástrofe.”.

Ou seja: é um bom livro, mas passa longe de ser empolgante.

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