O segundo volume do quinto ciclo de Perry
Rhodan é uma típica ficção científica hard, em que os acontecimentos giram
todos em torno de fatos científicos, ou de elocubrações a partir dele. Não por
acaso, a história é escrita por Kurt Mahr, o autor mais ligado a questões
científicas.
Na história, a Crest está presa em um
planeta distante depois de ser transportada pelo sistema de seis planetas. A
nave não está em condições de decolar e o planeta está se desfazendo. Ou seja:
é uma armadilha mortal.
O protagonista da história é um tenente,
Conrad Nosinsky, enviado para coletar informações sobre o raio emitido pelo
planeta, que parece ser, também, a causa da destruição do mesmo.
Há boas sacadas, como quando Nosinsky entra
no perímetro de ação do raio e descobre que está num campo de distorção
temporal. O tempo para ele corre de maneira mais lenta que a do piloto da nave
enviada para manter contato. Os dois se comunicam através de bilhetes. O piloto
fora do campo temporal segura seu bilhete por um longo tempo, mas mesmo assim,
para Nosinsky, o papel é retirado tão rápido que ele mal tem tempo de ler.
Mas a parte mais hard é quando toda a água
da Crest desaparece. Mahr explica isso através de uma mudança nos átomos de
hidrogênio, e acompanha essa informação de uma longa explicação sobre a forma
como a junção do hidrogênio e do oxigênio forma a água.
Essa tendência a escrever uma FC mais hard
fazia com que os primeiros livros de Kurt Mahr fossem muito chatos, mas ao
longo da série ele foi aprendendo a temperar esse aspecto com uma boa
narrativa. Aqui, por exemplo, ele utiliza diversos ganchos que ajudam a prender
a atenção do leitor, como em: “Isso aconteceu cerca de dez minutos, ou alguns
segundos segundo a escala de tempo de Conrad, antes que se verificasse a
catástrofe.”.
Ou seja: é um bom livro, mas passa longe de
ser empolgante.
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