domingo, janeiro 05, 2025

O Incal – O que está embaixo

 


Se nos dois primeiros álbuns do Incal a série já se revelava acima da média graças aos desenhos de Moebius e aos roteiros de Jodorowsky, é no terceiro que ele se torna, de fato uma leitura viciante. É nele que fica óbvio que essa é uma série cujos acontecimentos são impossíveis de prever.

Na história, os personagens estão fugindo do governador, agora reencarnado como uma máquina mortal. Em sua fuga, eles caem no centro da terra e descobrem que o local está repleto de... lixo! Para piorar, eles são atacados por ratazanas monstruosas. É quando aparece Animah e lhes explica que aqueles são psico-ratos. Quanto mais são temidos, mais eles se multiplicam e mais se tornam agressivos. “Controlem-se! Percam o medo e evitem a violência! Façam um vazio mental”, explica ela...

O centro da Terra está repleto de lixo e ratos. 


Então vemos os personagens... sentandos em posição de lótus e... meditando!

Quem poderia imaginar ver uma cena essa, dos personagens pararem a ação para meditarem, em um álbum de ficção científica e ação?

O grupo que foge do governador agora é formado por John Difool, Animah, O Metabarão, Cabeça-de cão e Solene, um garoto que aparentemente é filho do Metabarão.

Os heróis param no meio da ação para meditar. 


Montados em ratos eles fogem do governador enquanto são, ao mesmo tempo, perseguidos pelos comedores lixo.

E mais uma vez temos o esquema de sair de um perigo para cair em outro ainda maior em um verdadeiro carrossel enlouquecido em que qualquer coisa pode acontecer, incluindo uma informação surpreendente que demonstra porque o detetive decadente John Difool é a peça fundamental por trás de toda a trama do incal.

Os personagens precisam fazer as pazes. 


Para além da ação e aventura há também toda o misticismo de Jodorowsky, incluindo uma parte em que o grupo heterogêneo, formado por inimios, precisa fazer as pazes para conseguir se salvar.

Misticismo, psicologia, ficção científica, ação, reviravoltas em cima de reviravoltas... ao terminar a leitura do terceiro álbum duvido alguém não ficar muito curioso para ler o quarto. 

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