No número 205 da série Perry Rhodan, os
terranos foram transportados de volta para a Via Lactea, mas o Guardião de
Andrômeda modificara o destino, enviando-os para um mundo Oco, que, ao longo do
volume seria chamado de Horror.
Essa é uma aventura que prometia muito, a
começar pelo ótimo título, “Os horrores do mundo oco”. Que tipo de ameaças
terríveis estariam a espera dos humanos em um local assim?
Mas o que lemos não chega perto do que foi
imaginado. Horror, pelo que é narrado, não é tão horrível assim. As únicas
ameaças reais são um ser que parece ter capacidade de hipnotizar os humanos e
seres de luzes que atacam a Crest II e sugam a energia do campo defensivo.
É nessa sequência dos seres de luz que vemos
um dos maiores deus ex-machina da série. Deus ex-machina era uma solução divina
usada no teatro antigo. Quando o herói se encontrava em uma situação de grande
perigo e não havia escapatória, descia um ator de uma máquina simulando um deus
e o salvava. Modernamente, esse termo tem sido aplicado para situações da trama
que parecem forçadas ou gratuitas.
Não seria difícil resolver isso de modo a
deixar a solução mais orgânica. O ataque, por exemplo, poderia começar pela
equipe menor e um dos tripulantes, sem nehuma outra arma à mão, poderia tentar
a arma acústica e, vendo que ela funcionava, repassar a informação para a Crest
II. Pronto, a solução ficaria muito mais verossímil.
Há um outro problema. Esse é um livro de Kurt
Mahr, e, embora ele tivessse melhorado muito sua prosa, não conseguiu se livrar
do vício de colocar expressões técnicas aleatórias no meio do livro. À certa
altura, por exemplo, Rhodan diz que a situação que estão vivendo “parece um
sincotron”. E fica por isso mesmo. O leitor não é informado o que é um
sincotron nem qual a importância disso para a situação vivida pelos terranos.
Assim, o volume que prometia muito, acaba
entregando pouco.
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