Alexandre Magno foi uma das figuras mais intrigantes da antiguidade. Guerreiro, filósofo, estrategista, divindade... são muitas as suas facetas... e todas elas são exploradas na série docudrama Alexandre – o nascimento de um Deus, criada por Tony Mitchell e disponível na Netflix.
A série inicia com a chegada de Alexandre ao poder, logo após a morte de seu pai Felipe II, rei da Macedônia (um assassinato arquitetado, provavelmente, pela mãe de Alexandre, que via sua influência na corte decair quando o soberano escolheu uma nova predileta) e vai até a conquista do império Persa, deixando em aberto a possibilidade de uma segunda temporada.
O que faz desse documentário uma atração viciante é a forma como essa jornada é contada, misturando encenações, depoimentos de pesquisadores e trechos com escavações na cidade de Alexandria. Outra estratégia acertada foi o uso de gráficos, que mostram a movimentação das tropas durante os combates, o que nos ajuda a entender as batalhas. Alexandre era, antes de tudo, um estrategista habilidoso, que sabia explorar qualquer mínimo ponto fraco no exército inimigo, fazendo com que a vantagem numérica se tornasse irrelevante (em todas as batalhas contra Dario, rei da Pérsia, ele sempre tinha um exército muito menor) e isso fica muito visível nos gráficos.
Alexandre era também um grande estrategista político e um marqueteiro, que sabia usar propaganda pessoal como arma e sempre surpreendia por não fazer o que se esperava dele. Assim, por exemplo, após a batalha de Isso, ao invés de aproveitar a vitória para atacar a Babilônia, ele vai para o Egito, onde é coroado Faraó. Depois disso, ao invés de aproveitar para atacar Dario usando o exército egípcio aliado ao seu, ele investe em uma jornada pelo deserto, rumo a um templo onde os advinhos revelam que ele é filho do deus Amom e passa a ser adorado pela população local, garantindo a fidelidade das tropas egípcias. Sem falar do impacto que “lutar contra um deus” deve ter provocado nas tropas inimigas.
Ao assistir ao seriado, percebemos também que Alexandre não era só um conquistador. Educado por Aristóteles ele tinha uma preocupação que poucos guerreiros já tiveram. Exemplo disso é a construção da cidade de Alexandria, que se tornaria o centro científico e filosófico da antiguidade, incluindo a maior biblioteca do mundo.
A série tem apenas seis episódios e deixa um gostinho de quero mais. Espero que tenhamos uma segunda temporada.
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