Lampião é uma das figuras mais interessante e mais controversas da história brasileira. E é justamente esse personagem mutifacetado que serviu de mote para uma das melhores histórias de mister. Publicada no especial número 3 e com roteiro de Sérgio Bonnelli e desenho de R. Diso, a história gira em torno do roubo da cabeça mumificada do cangaceiro.
Na história, Mister No está de passagem pela Bahia quando se encontra, por acaso, com uma antiga paquera, Miranda, e ela o leva para namorar em um local inusitado: ao lado do Museu Estácio de Lima, no Instituto de Medicina Legal da Bahia.![]() |
Tudo começa com o roubo da cabeça de Lampião. |
Mas a paquera faz parte de um plano: o namorado de Marina pretende roubar a cabeça de Lampião e usar o piper do herói para tirá-lo do Brasil. A peça tinha sido encomendada por um antropólogo que pretendia, através das medições do crânio, revelar que o cangaceiro era geneticamente determinado a se tornar um criminoso.
A situação, no entanto, se complica primeiro quando o ladrão mata dois vigias e depois, quando dois dos campangas resolvem mudar de lado e roubar a cabeça e leva-la para um coronel que pretende fundar uma república independente no nordeste.
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Um coronel quer fundar um novo país no sertão nordestino. |
Pode parecer que estou dando spoiller, mas isso são só as primeiras páginas desse voluem extra. É história em cima de história, reviravolta em cima de reviravolta em uma trama cada vez mais ampla que vai envolver os mais variados tipos do sertão, sempre com Mister No, a contragosto, no meio.
É uma trama tão divertida e surreal que me faz lembrar os roteiros de Jodorowsky.
Mas como o roteiro é de Sérgio Bonnelli, ele consegue transformar essa trama amalucada em uma aventura comercial da melhor qualidade e das mais divertidas.
Sérgio Bonnelli nitidamente pesquisou muito sobre Lampião e percebeu que sua personalidade era multifacetada, fazendo com que ele fosse visto tanto como um bandido, como um santo, tanto como um defensor dos pobres como um conservador a serviço dos grandes fazendeiros. Essa multiplicidade de pontos de vista a respeito dessa figura hoje folclórica é muito bem explorada na história.
No Brasil essa história foi lançada pela editora 85.
Sérgio Bonnelli nitidamente pesquisou muito sobre Lampião e percebeu que sua personalidade era multifacetada, fazendo com que ele fosse visto tanto como um bandido, como um santo, tanto como um defensor dos pobres como um conservador a serviço dos grandes fazendeiros. Essa multiplicidade de pontos de vista a respeito dessa figura hoje folclórica é muito bem explorada na história.
No Brasil essa história foi lançada pela editora 85.
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