Uma das histórias mais bizarras – e ao mesmo tempo empolgantes - da fase de Stan Lee e John Romita à frente do título do aracnídeo é aquela que começava em Amazing Spiderman 53 e iria se estender por três números.
Na história, O Dr. Octopus quer roubar uma arma do governo
dos EUA chamada anulador, capaz de desativar qualquer tipo de aparelho
eletrônico ou mecânico. Claro que o vilão resolve roubar o artefato exatamente
durante uma demonstração à qual Peter Parker e Gwen Stacy estão assistindo, o
que coloca o herói no centro dos acontecimentos e na condição de evitar o
roubo.
Dr. Octopus quer roubar o anulador.
Mas Octopus não desiste e, enquanto arquiteto um novo plano
resolve se esconder em um local insuspeito... e o local insuspeito escolhido
por ele é nada menos que um quarto alugado pela Tia May. Com milhares de locais
em Nova York, o vilão resolve se alojar exatamente na casa da tia do herói!
A situação é tão absurda que seria inverossímil, não fosse
a habilidade de Stan Lee de fazer com que tudo pareça normal. Mais: Lee cria
uma espécie de comédia de erros insólita em que a Tia May passa a acreditar que
Octopus é uma vítima do “vilão” Homem-Aranha, refletindo toda a ingenuidade da
personagem.
O vilão resolve se esconder na casa da Tia May.
Nem mesmo quando Peter Parker o vê em casa e o acusa de ser
um criminoso procurado pela polícia, a boa velhinha se convence: “Nem mais uma
palavra, Peter! O Doutor Octopus me explicou tudo! Ele é inocente! Queria apenas
deter aquele horrível Homem-Aranha!”.
Stan Lee nessa época estava mais pilhado nas reviravoltas
do que o roteirista do Brasil atual: Octopus consegue roubar o anulador e o usa
sobre o Homem-Aranha, fazendo com que o herói perca as memórias. O vilão aproveita
a situação e o convence a ajudá-lo com o argumento de que os dois são sócios.
Vítima de amnésia, o Aranha ajuda o vilão.
Não é por acaso que a Abril escolheu essa história para
estrear a revista Teia do Aranha, que republicou as histórias do personagem em
sequência.
Uma curiosidade é que foi nessa história que estreou o
personagem Robbie Robertson, o editor do Clarin que em vários momentos seria a
voz da razão diante do ódio de JJ Jameson contra o Aranha.
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