segunda-feira, julho 28, 2025

Quarteto Fantástico – Primeiros Passos

 


Eu sempre tive um fascínio pelo Quarteto Fantástico que não sei explicar de onde veio. Eu assisti uma outra coisa do desenho animado com o robozinho e provavelmente achei os roteiros sofríveis. Mas, como costumo dizer, quando eu era criança, nunca assistia o que estava passando na TV. Assistia o que estava passando na minha mente. E aquela mistura de ficção científica, super-heróis e família parecia prometer aventuras incríveis e fascinantes. Depois de adulto, quando comecei a ler quadrinhos Marvel, só as melhores histórias de Stan Lee e Jack Kirby se igualavam àquilo que eu esperava desses personagens – a exemplo da saga de Galactus. Foi essa impressão que eu tive ao ver o filme Quarteto Fantástico – primeiros passos.

O filme de Matt Shakman não tem vergonha de ser uma obra baseada em quadrinhos. Estão ali os uniformes coloridos, o clima divertido de família, as soluções malucas de Reed Richards.

A produção acerta ao situar a obra na década de 1960, com um visual futurista retrô. O roteiro, aliás, é descomplicado e otimista: O Quarteto se transformou após uma viagem ao espaço e os astronautas se tornaram ídolos mundiais. Usar um programa de auditório para introduzir os personagens foi uma boa sacada para narrar tudo que o expectador precisa saber a respeito desses personagens.

Tudo muda quando a terra recebe a arauto de Galactus, a Surfista Prateada, que avisa que a terra será a próxima vítima do devorador de mundos. A coisa se complica quando Galactus resolve tomar para si o filho de Reed e Sue, um garoto, segundo ele, detentor de grande poder.

Quem conhece os quadrinhos sabe que a história foi modificada. Mas essas modificações mantiveram a essência da história. E, na verdade, promoveram um motivador a mais. Agora o Quarteto não luta apenas pela humanidade, mas também pelo bebê. Pode parecer paradoxal, mas funciona. Ao colocar uma criança em perigo, o filme humaniza a narrativa, torna mais palpável o perigo e menos abstrato.

Outra mudança foi com relação ao final – e essa também é positiva. Nos quadrinhos, a humanidade é salva por um deus ex machina (uma arma do Vigia). Aqui a ameaça é debelada graças a um plano do Senhor Fantástico.

Quando o Quarteto surgiu, sue era a personagem menos poderosa (alguns leitores mandavam cartas sugerindo a retirada dela do grupo, cartas que eram respondidas por Stan Lee com verdadeiros sermões sobre a importância das mulheres). Aqui, ela é a mais poderosa, e aquela cujo poder acaba sendo fundamental no momento mais crucial do filme.

É um filme empolgante. Não por acaso, a plateia da sessão que assisti vibrava e chegava até a falar com os personagens.

PS1 - O filme reverencia os quadrinhos a ponto de mostrar o que seriam Jack Kirby e Stan Lee, com páginas de quadrinhos de Kirby penduradas nas paredes de uma editora.

PS2 – Adorei os uniformes.

PS3 - Não perca a cena pós-crédito.   

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