No número 84 da revista do Lanterna e do Arqueiro Verde,
Denny O´Neil e Neal Adams abordaram o tema da alienação.
Na história, o Lanterna descobre que onde a namorada está
internada para um tratamento está ameaçada pelo rompimento de uma represa. Quando
consegue conter o vazamento, ele é parabenizado pelo prefeito, recebe uma chave
e um broche, que espirra perfume.
Um exemplo de como Adams sabia ser inovador na diagramação.
Toda a cidade é caracterizada por uma distopia capitalista
em que as pessoas são controladas pelos broxes, todo o ar é poluído e tudo é de
plástico, inclusive a chave da cidade. O plástico aqui tem uma forte simbologia
de algo artificial e fútil.
A cidade é uma distopia capitalista em que tudo é de plástico e o ar é poluído.
A história perde um pouco da força quando se descobre que
quem está por trás de tudo é um vilão chamado Mão Negra, mas é ele que nos traz
uma definição do que está acontecendo na cidade. Segundo ele, ao serem
borrifadas pelo perfume, as pessoas perdem a concentração, sendo incapazes de
pensar. ”Lavagem cerebral em massa... seu calhorda! E para que tanto esforço?”,
pergunta o herói. “É bem simples, lanterna. Para agradar os patrões. Ao eliminar
a ambição e a curiosidade... nós temos empregados perfeitos!”.
O vilão explica o processo pelo qual as pessoas são controladas.
Embora nem de longe essa história seja o melhor exemplo do
trabalho de Neal Adams, ela sem dúvida tem alguns momentos impressionantes. Um deles
é a sequência que mostra o Lanterna e a namorada se beijando no chão da sala e
os ladrilhos se transformam em quadrinhos que mostram outras atividades do
casal, como cavalgar ou nadar. Um ótimo exemplo de como o artista poderia ser
inovador na diagramação.
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