Um dos chavões mais comuns da ficção científica – quase um paradigma do gênero são as situações em que uma nave pequena consegue se safar de uma situação extremamente perigosa e teoricamente impossível, efetuando fuga mesmo com diversas naves muito mais poderosas em seu encalço.
O volume 223 da série Perry Rhodan parece ter sido pensado
para desconstruir esse chavão e mostrar o que realmente aconteceria numa
situação real.
Na história, os cinco agentes terranos enviados para
espionar os alienígenas maakhs retornam em uma nave avariada e pegando fogo
enquanto são perseguidos por centenas de naves inimigas. São resgatados por uma
nave terrana que os espera para levá-los para casa. A nave de resgate consegue
também sobreviver por milagre em uma sequência sintetizada pela narrativa do
escritor H. G. Ewers: “Os tiros disparados pelos maahks só provocaram um
sorriso zangado em Hattinger. Continuou a levar a Androtest II obstinadamente
para a frente”.
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A capa original alemã. |
No final, mesmo depois dos seus estágios serem destruídos,
a nave consegue penetrar na barreira de naves inimigas e entrar no transporte
do sistema Horror e se teleportar para o sistema Gêmeos (onde estão os terranos)
seguindo o fluxo de uma frota de ataque.
Parece tudo bom demais para ser verdade – e é. Na verdade,
tudo faz parte de um plano dos maahks para introduzir cinco cópias perfeitas
dos agentes humanos nas linhas terranas. O objetivo deles: preparar tudo para a
destruição da humanidade.
Embora seja escritor por alguém que nem de longe é o meu
autor predileto na série, esse é um volume que impressiona com a inteligência
com que foi pensado e pelas ótimas
descrições das cenas de ação... um volume, aliás, que deixa o leitor roendo as
unhas: os agentes infiltrados conseguirão cumprir sua missão de destruir a
humanidade? Isso só saberemos no próximo número. Nem mesmo os péssimos diálogos
de H. G. Ewers consegue estragar essa ótima história.
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