terça-feira, setembro 09, 2025

Perry Rhodan – A quinta coluna

 


Um dos chavões mais comuns da ficção científica – quase um paradigma do gênero são as situações em que uma nave pequena consegue se safar de uma situação extremamente perigosa e teoricamente impossível, efetuando fuga mesmo com diversas naves muito mais poderosas em seu encalço.

O volume 223 da série Perry Rhodan parece ter sido pensado para desconstruir esse chavão e mostrar o que realmente aconteceria numa situação real.

Na história, os cinco agentes terranos enviados para espionar os alienígenas maakhs retornam em uma nave avariada e pegando fogo enquanto são perseguidos por centenas de naves inimigas. São resgatados por uma nave terrana que os espera para levá-los para casa. A nave de resgate consegue também sobreviver por milagre em uma sequência sintetizada pela narrativa do escritor H. G. Ewers: “Os tiros disparados pelos maahks só provocaram um sorriso zangado em Hattinger. Continuou a levar a Androtest II obstinadamente para a frente”.

A capa original alemã. 


No final, mesmo depois dos seus estágios serem destruídos, a nave consegue penetrar na barreira de naves inimigas e entrar no transporte do sistema Horror e se teleportar para o sistema Gêmeos (onde estão os terranos) seguindo o fluxo de uma frota de ataque.

Parece tudo bom demais para ser verdade – e é. Na verdade, tudo faz parte de um plano dos maahks para introduzir cinco cópias perfeitas dos agentes humanos nas linhas terranas. O objetivo deles: preparar tudo para a destruição da humanidade.

Embora seja escritor por alguém que nem de longe é o meu autor predileto na série, esse é um volume que impressiona com a inteligência com que foi pensado  e pelas ótimas descrições das cenas de ação... um volume, aliás, que deixa o leitor roendo as unhas: os agentes infiltrados conseguirão cumprir sua missão de destruir a humanidade? Isso só saberemos no próximo número. Nem mesmo os péssimos diálogos de H. G. Ewers consegue estragar essa ótima história.

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