quarta-feira, dezembro 17, 2025

Demolidor - O que aconteceria se o Mercenário não tivesse matado Elektra?

 


Em 1982 Frank Miller abalou o mercado de quadrinhos dos EUA ao matar a personagem Elektra no auge da sua popularidade. O acontecimento era o auge criativo de sua primeira fase à frente da revista Daredevil. Como todos os grandes eventos Marvel, era natural que esse fosse objeto da série What If… numa versão em que a assassina não teria morrido. 

A revista What If geralmente tinha uma equipe B, com artistas pouco conhecidos ou pouco expressivos, mas nesse caso foi o próprio Miller que cuidou do desenho e roteiro - quase como se dissesse que apenas ele poderia narrar uma história de Elektra, fosse ela alternativa ou não. 

Miller mata o Mercenário logo no início da HQ. 


A história acompanha Matt Murdock à beira do túmulo de Elektra e uma figura sombria se acerca dele: “Sua dor é enorme, Mathew Murdock. Você perdeu a primeira mulher que já amou. E o amor é algo poderoso no mundo dos homens. quase foi poderoso o bastante para fazê-lo renunciar a tudo pelo que lutou como um talentoso advogado... e como o herói cego, o Demolidor. Mas e se ele anão tivesse morrido?”, pergunta o ser misterioso. 

Essa figura era o Vigia, o personagem cósmico que narrava as versões alternativas. Miller o desenha não como um ser alienígena, mas como um homem com um guarda-chuva, em consonância com o estilo urbano do título.

O Vigia é mostrado com um personagem sombrio. 


Nessa versão, o Mercenário é morto ao tentar fugir da prisão e, assim, não consegue assassinar Elektra.

Miller, malandro, reaproveita duas páginas das histórias anteriores, aquelas em que Elektra, contatada para matar Foggy Nelson, o deixa vivo. Na versão oficial, ela acaba sendo morta pelo Mercenário, mas nessa versão alternativa, o Rei coloca diversos assassinos no seu encalço, o que leva a várias páginas de ação. 

A história é desculpa para várias sequências de lutas. 


Uma curiosidade é que, por norma, as histórias de what If sempre terminavam mal, até como forma de dizer que a cronologia Marvel era o mais correto a se fazer. Mas nesse caso, Miller traz um final feliz, totalmente em desacordo com o título. Sinal tanto do amor de Miller pela assassina quanto de sua importância à época, a ponto de subverter as regras das revistas.

Apesar disso, é uma historinha boba, que não chega nem aos pés do melhor de Miller à frente do título.

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